São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 1995
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Empresas faturam no céu

ALINE SORDILI
EDITORA DO TUDO

Ganhar a vida no ar e no mar. Essa opção nada convencional transformou pessoas apaixonadas por seus hobbies em empresários.
Segundo eles, seus negócios são movidos por puro prazer. Afirmam que o lucro é muito pouco.
"Vendo um ou dois balões por ano", afirma Salvator Haim, 49, da Balloon Promotions.
Essa pequena quantidade é justificada, o equipamento para praticar o balonismo custa entre US$ 60 mil e US$ 80 mil.
Os empresários do ar criaram algumas formas de engordar o orçamento.
Haim fabrica balões para competição, publicidade, além de usar os seus quatro próprios para promover passeios -que custam em média R$ 100 por pessoa, mais R$ 100 pelo grupo por pouco mais de uma hora de vôo.
Esses passeios são feitos normalmente em vôos de treino com os alunos de balonismo. "O vôo de treino fica mais econômico com mais pessoas voando."
Mas até para voar ou passear em balões é preciso um pouco de sacrifício. Os vôos só podem ser feitos no início da manhã -entre 5h e 6h- ou no final da tarde -entre 16 e 17h-, quando o calor não é tão intenso e os ventos são mais calmos.
Haim também dá aulas de pilotagem de balão. Para conseguir o brevê -carteira de habilitação para voar-, o futuro piloto precisa investir cerca de R$ 4.000 para conseguir as 16 horas mínimas de vôo necessárias.
Apaixonado pelo que faz, Haim diz que os vôos saem de um hangar próximo ao município de Sumaré (SP), próximo de Campinas, e "vão para onde o vento levar".
Diretor da Rubic Balões, Rui Kalousdian, 33, também afirma que os vôos turísticos não garantem o sustento de sua empresa."Os balões promocionais é que garantem bons lucros."
"Os melhores meses para a empresa são fevereiro, junho e julho, quando acontecem os campeonatos de balonismo", diz.
Segundo ele, os vôos turísticos têm duração de até uma hora e meia e os "voadores de primeira viagem" recebem batismo de champanhe. "Os vôos custam R$ 120 por pessoa, mas grupos podem conseguir descontos."
As aulas teóricas e práticas de balonismo são dadas por seu irmão, Rubens, e custam R$ 160 cada.
Voce tem uma pequena empresa de promoção, que faz eventos em shoppings, parques e empresas. Dos seus eventos Voce escolhe os profissionais que passam a integrar a Equipe Silvio Voce -que monitora os eventos.
"Julho e agosto, outubro, além de dezembro a março, são os melhores meses por causa das férias escolares", afirma ele.
Este ano, Voce espera ter um faturamento bruto de R$ 30 mil -que é incrementado com brindes em forma de pipa, que custam entre R$ 0,40 a R$ 50.
Ele conseguiu ainda aumentar seu faturamento em 15% em relação ao ano anterior. "A economia brasileira foi uma surpresa, esperava um aumento de 35%."
Na água
Richard Paul Andersen, 37, dono da Dick Sail, preferiu criar o seu negócio na água. Sua escola tem 40 barcos, promove curso de vela e windsurf e também aluga equipamentos.
"Temos cursos para todas as idades e promovemos cruzeiros na represa de Guarapiranga (zona sul de São Paulo)." Com essas atividades, Andersen consegue faturar R$ 5.000 por mês.

ONDE ENCONTRAR
Balloon Promotions - (011) 220-2611; Rubic Balões - (011) 535-0807; Equipe Silvio Voce - (011) 275-4503; Dick Sail - (011) 543-1345.

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