São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 1995 |
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Matinê está povoada de encanto e terror
INÁCIO ARAUJO
Esse desprezo tende a ser, às vezes, exagerado, incondicional. No mar de Hércules e Mascistes vagabundos, navegam às vezes um Sergio Leone ou o menos famoso Vittorio Cottafavi. Cottafavi é um cineasta de recursos, que transita do histórico ao fantástico com desenvoltura e restitui a certas histórias sua dimensão mitológica. É ver "Legiões" (conflitos entre Roma e Egito, na Antiguidade) e conferir. Outra opção da matinê, surpreendente, é "Palhaços Assassinos" (Bandeirantes, 13h30). Com esse título, podia-se esperar o pior. Não demora muito, porém, para notar que os palhaços alienígenas são dotados (assim como o filme) de bastante energia. Dispõem de um repertório estratagemas vasto o suficiente para que esperemos por sua próxima perversidade. No mais, o filme articula bem a passagem da figura encantatória à que produz terror. Não por acaso, palhaços aterrorizam muitas crianças, o que significa que do mágico ao terrível a distância é mínima. A noite é reservada a uma série de insignificâncias, com exceção de "Kramer vs. Kramer" (CNT/Gazeta, 22h). Filme de Oscar, filme com Meryl Streep e Dustin Hoffman. Filme um monte de coisas, mas não insignificante. Na verdade, Robert Benton partiu de uma situação dilacerante (divórcio com abandono e posterior disputa por guarda do filho) e explorou toda a sua potencialidade melodramática (no mau sentido). Quer dizer, além de todos os problemas da história, "Kramer" é um caso de chantagem afetiva. (IA) Texto Anterior: CLIPE Próximo Texto: 'Pacto' mostra América doente Índice |
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