São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 1995 |
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Mitteldorf revela o erotismo de suas divas
ANA MARIA GUARIGLIA
Fotógrafo: Klaus Mitteldorf Onde: Museu Brasileiro da Escultura (av. Europa, 218, tel. 011/881-8611, zona sul de São Paulo) Quando: abertura hoje, às 20h; de segunda a domingo, das 13h às 19h; até 5 de janeiro Entrada: franca O fotógrafo paulista Klaus Mitteldorf inaugura hoje, no Museu Brasileiro da Escultura, a exposição "Divas". As 40 fotos em preto-e-branco compõem um ensaio, em que as imagens humanas são tratadas como figuras esculturais. O trabalho foi inspirado nas clássicas composições dos escultores Rodin e Camille Claudel. Mas as formas foram configuradas a partir de símbolos das mitologias gregas, romanas e afro-brasileiras. O resultado são figuras plásticas, que, esteticamente, combinam as técnicas do desenho, da escultura e da pintura. Mitteldorf trabalhou em conjunto com quatro bailarinas e atrizes, que encenaram as representações mitológicas, utilizando tubos de helanca como um recurso cênico. A helanca é um tipo de malha flexível, que adere ao corpo, dando mais ligação aos movimentos. "Ao mesmo tempo, a transparência revela a sensualidade dos corpos nus, permitindo esculpir as formas e os volumes das imagens", explica Mitteldorf. No cenário teatral, a sucessão visual dos movimentos está marcada pelo estilo gráfico do autor. A conformação tonal dos elementos cria seu aspecto pictórico. Mas o que desperta a atenção, independente do rigor das formas esculpidas, ou mesmo da identidade mitológica, é a sensação enigmática das figuras. Ogum, a deusa venerada do Candomblé, absorve a luz, concentrando-a nos seios desnudos. "Sphinx", a esfinge egípcia, se manifesta com uma coreografia insinuante, como se fosse uma peça puramente erótica. A foto "Ana e o leão" lembra uma imagem medieval. A malha encobre seu rosto e se alonga para trás, mesclando as figuras humana e animal. Mitteldorf usou a iluminação de dois flashes posicionados acima do cenário, para lembrar a dramaticidade de um cárcere romano. A grandiosidade da temática é reforçada pelas ampliações de 0,70 m x 1 m e 1 m x 2,40 m, feitas pelo laboratório Fuji. Segundo Mitteldorf, o gigantismo das ampliações visa envolver as pessoas e fazer com que elas se sintam parte integrante do cenário. Na exposição, será lançada a revista de arte alemã "International Nude Photograph" (Ed. Nike, 1995), que traz o mesmo ensaio do fotógrafo publicado no exterior. Poderá ser adquirida como catálogo da mostra e o preço é R$ 28. Mitteldorf, 42, é fotógrafo há 20 anos e seus trabalhos com publicidade e editoriais de moda são conhecidos no Brasil, na Europa e no Japão através de agências e revistas especializadas. Texto Anterior: Homenagens marcam aniversário do cantor americano Frank Sinatra Próximo Texto: CD reúne artistas do Hollywood Rock Índice |
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