São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 1995
Próximo Texto | Índice

Carro-bomba mata seis em Madri

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Seis pessoas morreram na tarde de ontem na explosão de um carro-bomba no bairro de Vallecas, zona sul de Madri. A Espanha atribuiu o atentado à organização separatista basca ETA (Pátria Basca e Liberdade, em basco).
A explosão atingiu um furgão da Marinha que transportava funcionários civis, que morreram. O carro-bomba tinha 60 kg de explosivos, segundo a polícia.
Pelo menos 20 feridos, sendo 5 em estado muito grave, foram levados a hospitais da região. Entre eles há uma menina que passava pela rua na hora da explosão.
O ataque causa temor nas autoridades espanholas porque acontece apenas quatro dias antes do início de uma reunião de cúpula da União Européia em Madri.
O ex-chanceler e recém-empossado secretário-geral da Otan, Javier Solana, condenou o atentado. Ele é o primeiro espanhol a ocupar o cargo mais importante da aliança militar ocidental.
"Os criminosos do ETA matam quando querem. O governo espanhol e a sociedade estão convencidos da necessidade de trabalhar em conjunto para derrotá-los", disse Solana, um dos principais seguidores do primeiro-ministro socialista Felipe González.
O último grande ataque da organização separatista teve como alvo o líder da oposição espanhola, o conservador José María Aznar. Em abril, ele escapou de um atentado do ETA.
Aznar pediu ontem que "o futuro dos terroristas que cometeram o atentado seja o cumprimento estrito de suas sentenças.
A explosão de ontem destruiu o pára-brisas dianteiro de um ônibus escolar. O atentado só não causou mais vítimas porque o ônibus tinha parado em um semáforo segundos antes da explosão.
Dezenas de pais se dirigiram para uma escola próxima ao local da explosão, em pânico, temendo que ela tivesse sido atingida.
Os vidros dos prédios foram quebrados em um raio de 100 m a partir do local do atentado.
Desde que o ETA passou a usar carros-bombas, em 1982, eles já causaram 134 vítimas. Os atentados da organização mataram mais de mil pessoas.
O ataque de ontem é o pior em número de mortos desde junho de 1993, quando sete pessoas morreram em uma explosão no centro da capital espanhola.
A organização separatista basca assumiu aquele atentado, o que não ocorreu até agora com a explosão de ontem.
Em 1995, Madri já registrou três explosões de carros-bombas. Além da de ontem e do ataque contra Aznar, uma pessoa morreu na praça Callao, em junho.

Próximo Texto: França negocia libertação de seus pilotos feitos reféns pelos sérvios
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.