São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 1995
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CPI dos Bancos depende de 4 assinaturas

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O escândalo da pasta cor-de-rosa, documento em poder do Banco Central com lista de políticos que teriam recebido doações do Banco Econômico para suas campanhas eleitorais em 1990, reforçou o apoio dos senadores à criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre o sistema financeiro.
O senador José Eduardo Dutra (PT-SE) conseguiu, nos últimos dias, colher 23 assinaturas de apoio ao requerimento criando a CPI. Faltam quatro assinaturas no Senado. O número necessário é 27, um terço dos 81 senadores.
Ontem, Dutra pediu a assinatura de Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), que não descartou a possibilidade de apoiar a comissão. O nome de ACM integra a lista de políticos supostamente apoiados pelo Econômico.
Irritado com as notícias sobre a pasta cor-de-rosa, o senador baiano promete encaminhar representação ao Ministério Público contra a diretoria do Banco Central, por meio do produrador-geral da República Geraldo Brindeiro (leia reportagem à pag. 1-8)
"Em princípio, sou contra a criação de qualquer CPI, porque acho que o país fica paralisado. Mas posso até apoiar a criação dessa, dependendo do resultado da minha representação", disse ACM, após conversa com Dutra.
Na Câmara, o deputado Milton Temer (PT-SP) já colheu mais assinaturas do que o número exigido (171). A idéia de Dutra e Temer é criar uma CPI para investigar a relação do Banco Central com o sistema financeiro.
Em busca do apoio dos colegas, o senador do PT afirma que o Congresso Nacional é o "fórum adequado para apurar a relação incestuosa do Banco Central com os outros bancos".
O petista baseia seu argumento em dois fatos: as denúncias do financiamento "irregular" do banco Econômico a parlamentares (caso da pasta rosa) e a medida provisória que permite a fusão de bancos.
A MP, que está sendo examinada pelo Congresso, significa "uma operação de salvação do sistema financeiro envolvendo recursos públicos", segundo Dutra.

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