São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Senado aprova divisão da Light em duas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Senado aprovou ontem o projeto de lei que torna possível a cisão da Light Serviços de Eletricidade do Rio de Janeiro S.A., permitindo a privatização da empresa.
Por exigência do PT, a votação foi nominal. Houve 38 votos favoráveis e 10 contrários. Para entrar em vigor a lei ainda depende da sanção do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Pelo projeto, a Eletrobrás (Centrais Elétricas Brasileiras S.A.) fica autorizada a criar uma empresa subsidiária com a "parte podre" da Light, que é a sua participação no capital social da Eletropaulo -de US$ 528 milhões (correspondente a 47,52%).
A participação da Light no capital social da Eletropaulo formará a empresa subsidiária -que não será privatizada.
O governo estava esperando a aprovação desse projeto para acelerar o processo de privatizações do setor elétrico, que começou com a venda da Escelsa, responsável pela área no Espírito Santo.
Agora o governo ainda precisará fazer uma reavaliação dos preços da ações da Light Rio antes de colocar a empresa à venda.
Para o senador José Eduardo Dutra (PT-SE), "mais uma vez o governo vai privatizar o filé e o osso nós é que vamos roer pagando a conta". A Light Rio é considerada a parte "boa e rentável da empresa.
A Ligth foi incluída no PND (Programa Nacional de Desestatização) em junho de 92, mas a venda dependia dessa cisão. Só em 27 de julho último é que o Conselho Nacional de Desestatização aprovou a operação de cisão da empresa, que então foi submetida ao Congresso.
O PFL usou a aprovação desse projeto para mostrar seu empenho na votação de medidas que facilitem privatizações no setor elétrico.
O partido cobrava do governo mais agilidade nas privatizações no setor. O ministro José Serra (Planejamento) alegou que o processo dependia da aprovação de leis pelo Congresso.
Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), presidente da Câmara, disse que conseguiria a aprovação de todos os projetos necessários para acelerar as privatizações. Serra enviou o projeto da Light e na Câmara a aprovação levou nove dias.

Texto Anterior: Malan anuncia acordo para o Banespa
Próximo Texto: Procuradores criticam vantagem a sonegador
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.