São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cartão de crédito deve faturar US$ 22 bilhões

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O ano de 1995 não vai deixar saudade em quem precisou tomar crédito emprestado a juros reais de até 15% ao mês. Já as administradoras de cartões de crédito têm a comemorar um faturamento global que cresceu 113,2% em relação a 94 e alcançou os US$ 22 bilhões.
Quando se considera apenas o volume negociado no mercado interno, que movimentou cerca de US$ 19,5 bilhões, o crescimento é ainda maior: 117%.
A estabilidade dos preços depois da entrada do Real, que aumentou o número de pontos que passaram a aceitar cartão, é a maior responsável pela "plastificação" dos meios de pagamentos.
Hoje as transações com cartão já equivalem a 9% do total de cheques compensados no país. Em 91, representavam apenas 1%.
Para o presidente da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), Nilton Volpi, no próximo ano o setor vai continuar ampliando sua presença no mercado brasileiro.
Volpi acredita que o número de transações deve crescer cerca de 20%, enquanto que o faturamento do setor deve ficar 30% acima do de 95. Para garantir esse desempenho, as administradoras de cartões apostam na segmentação.
Volpi considera que os cartões de afinidade devem se consolidar. Os chamados cartões "co-brand" -que vincula os gastos com cartão a descontos e outros benefícios- devem se expandir.
Além desses novos cartões, as administradoras devem investir na ampliação da rede de pontos que trabalham com o produto.
"A boa notícia desse ano foram os postos de gasolina e os supermercados, que apesar de trabalharem com margens de lucro menores, começaram a aceitar cartão", disse o presidente da Abecs.
Primeiro mundo
Para Nilton Volpi, em 96 o Brasil deve pôr fim, definitivamente, ao que ele chama de "a única diferença entre o serviço prestado pelas administradoras no Brasil e no exterior".
"O Brasil é o único lugar do mundo em que uma pessoa entra em um banco e tem apenas uma opção de cartão. Essa exclusividade deve acabar", avalia.
O Bamerindus foi o primeiro banco a romper com essa exclusividade -exigência contratual das próprias administradoras- e trabalha hoje com a American Express e com a Sollo.
Juros
Já os juros devem continuar, ainda por um tempo, elevados. Volpi acredita que o juro cobrado no financiamento das faturas deve iniciar 96 em torno de 10% ao mês, em média.

Texto Anterior: Carrefour faz sorteio de carros no ABCD
Próximo Texto: Inflação recua para 1,11% em São Paulo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.