São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 1995
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Venda de imóveis novos em SP cai 20% em 1995

MAURO TEIXEIRA
EDITOR DE IMÓVEIS

A venda de imóveis novos em São Paulo em 1995 deve ser 20% menor do que a registrada no ano passado, segundo relatório anual do Secovi (sindicato que reúne construtoras e imobiliárias do Estado de São Paulo).
A principal causa dessa queda foi a quase paralisação do mercado imobiliário entre julho e outubro, quando esteve em vigor a MP (medida provisória) 1.053, que proibiu a cobrança do resíduo inflacionário nos contratos novos.
Depois de um primeiro semestre bastante aquecido, quando o índice de velocidade de vendas médio (número de unidades vendidas em cada cem oferecidas) foi de 12,8%, o setor viu despencar os negócios.
A velocidade de vendas de julho foi de 2,2%, um dos piores resultados desde que os negócios passaram a ser medidos, em 1983.
"Isso provocou um significativo aumento do desemprego. Foram demitidos 102 mil trabalhadores da construção civil e 58 mil na indústria imobiliária entre julho e outubro", explicou o presidente do Secovi, Ricardo Yazbek, 42.
A partir de outubro, com a liberação da cobrança dos resíduos inflacionários, houve uma pequena reação nas vendas. Elas alcançaram velocidade média de 6,5% em outubro e 5,8% em novembro. Mas ficaram longe das taxas desses dois meses em 94 -14,4% e 14,7%, respectivamente.
A oferta de imóveis novos também sofreu ligeira queda em 95. Foram lançadas este ano 23,4 mil novas unidades (23,7 mil em 94).
Entretanto o número de unidades financiadas também caiu. Nos nove primeiros meses deste ano, foram financiados cerca de 37,7 mil imóveis, contra 40,7 mil no mesmo período de 94.
Já a produção imobiliária com recursos próprios das incorporadoras caiu de 45% em 94 para 42% neste ano. Essa queda teria ocorrido graças ao crescimento dos empreendimentos efetuados pelo sistema de preço de custo, que representaram exatos 3% em 95.
Segundo o Secovi, os custos de materiais de construção devem subir 20% em 95, variação pouco superior à do IGP-M, estimado em 16% este ano.
Os custos totais da construção no Estado de São Paulo subiram 30% de janeiro a novembro.
Para Yazbek, a estabilização da economia é importante, mas não basta para recuperar o setor em 96. "Precisamos de taxas de juros mais baixas e de novas políticas de habitação e de recursos."

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