São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Jovens preferem micro à TV

MARINA MORAES
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE NOVA YORK

É de deixar qualquer mãe coruja orgulhosa. A criançada de 7 a 8 anos de idade brincando de fazer videoclipe. No computador. O CD "Magic Theatre" é um sucesso, principalmente com as meninas.
Oferece uma coleção de desenhos, fotos e sons que a criança pode escolher. É possível acrescentar animações e a própria voz.
O resultado final é uma colagem daquelas que a gente fazia com goma arábica, só que informatizada. A garotada é capaz de passar horas acrescentando detalhes.
Quem observa à distância, como fiz, compreende o desafio que o micro será para a televisão na briga pela atenção da molecada.
Nos EUA, o efeito já começou. É lógico que ainda é marginal, porque só 35% dos domicílios daqui têm um computador. Só 13% dos americanos têm CD-ROM em casa. Apenas 7,5% são ligados a uma rede de computadores.
Mesmo assim, um estudo recente do Emerging Technologies Research Group, divulgado aqui em Nova York, mostra que o micro está tirando público da televisão.
A pesquisa concentrou-se nos jovens de menos de 18 anos de idade. Nas casas onde há um computador, 64% deles disseram que assistem menos TV do que antes. Se a máquina é multimídia, o número aumenta para 75%.
Nas casas ligadas à Internet, onde a garotada passa horas surfando no ciberespaço, 88% dos entrevistados disseram que não dão tanta bola para a TV quanto antes.
Quanto aos adultos, a verdade é que a maioria não tem paciência para aprender a língua dos computadores, principalmente depois dos 40 anos de idade. Nem por isso estão livres do vírus da Internet.
Na média, os que foram "contaminados" pela rede passam mais de cinco horas por semana ligados nela. Parte desse tempo, pelo menos, antes era gasto com controle remoto na mão.
Não é por acaso que as redes americanas de TV estão investindo como nunca em informática. Até as emissoras locais criaram endereços onde podem trocar mensagens com seus telespectadores.
No programa "Talk Back Live", da rede CNN, você pode participar fazendo perguntas pela CompuServe.
A NBC é a primeira a investir no embrião de uma emissora paralela, apenas para servir o ciberespaço. Notícias e imagens via computador.
A filosofia das emissoras imita o velho ditado: se você não pode com o inimigo, junte-se a ele.

Texto Anterior: Máquina restaura gravações
Próximo Texto: Família Schurmann conta história em CD
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.