São Paulo, quinta-feira, 14 de dezembro de 1995
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Promotor pede relação de armas da PM

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O promotor Luiz Roque Lombardo Barbosa vai pedir hoje, em caráter de urgência máxima, a relação de todo o arsenal do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), tropa de elite da PM.
O objetivo é descobrir qual arma matou o operário Osmar Moura do Nascimento e quem deu o tiro, durante a ação do Gate no desfecho de uma tentativa de assalto a uma construção no Morumbi (zona oeste), onde dois ladrões mantinham 18 reféns, no dia 8 de novembro.
A operação terminou com a morte de dois reféns e dos dois ladrões. Segundo o IC (Instituto de Criminalística), os reféns foram mortos pelos policiais do Gate. Na cabeça de Nascimento, foi encontrada uma bala 9 mm disparada por uma submetralhadora HK, usada pelo Gate.
Logo depois da ação, o Gate enviou duas submetralhadoras HK para perícia. Laudo da balística do IC mostrou que a bala que matou o operário não foi disparada por nenhuma das duas submetralhadoras.
Na semana passada, foram enviadas mais cinco submetralhadoras -incluindo as duas periciadas- ao IC. O novo exame também deu resultado negativo.
"Posso pedir perícia de tudo ou de apenas algumas armas. Temos que encontrar a arma (que matou o refém)", afirmou Barbosa. Segundo o promotor, se o Gate enviar uma relação incompleta, estará cometendo crime.
Barbosa também enviou um telex ao secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, solicitando que a Polícia Civil lhe envie os laudos originais.
O promotor diz que, até agora, só recebeu cópias "muito ruins e incompletas", o que tem prejudicado suas investigações.
"Não quero entrar em rota de colisão com o delegado do caso, mas ainda não tive contato com nenhum laudo original feito até agora", disse Barbosa.
Reconstituição
Hoje, a partir das 14h, o IC fará uma reconstituição da operação do Gate. O objetivo é determinar a posição de todos os envolvidos no momento da invasão do cativeiro.
A reconstituição, que deveria ter acontecido anteontem, chegou a começar, mas teve que ser interrompida por causa da chuva. O delegado Roberto Julião, do 34º DP, aguarda apenas o resultado da reconstituição para indiciar os cinco PMs que foram afastados após a operação.

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