São Paulo, quinta-feira, 14 de dezembro de 1995
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Concessionárias têm prejuízo de R$ 600 mi

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A venda de carros vai quebrar novo recorde em 95, mas os donos das concessionárias dizem que não há motivo para comemoração.
O prejuízo acumulado este ano pelos revendedores é estimado entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões.
O cálculo é de Sérgio Reze, presidente da Fenabrave, a associação dos distribuidores de veículos. "O nosso prejuízo representa entre 2% e 3% do faturamento."
As concessionárias vão vender até o final do ano 1,90 milhão de veículos, 19,37% mais que em 94 e novo recorde do setor.
Mas o resultado somente foi alcançado por causa das promoções feitas para queimar os estoques. Segundo Reze, os veículos, principalmente os carros importados, foram comercializados abaixo do custo. "Vender um carro com 4% de desconto atualmente já significa trabalhar no vermelho", diz Reze.
Ele conta que as 4.800 empresas do setor trabalham, em média, com margem operacional bruta (antes de descontar salários, comissões e despesas) entre 9% e 11%, considerada insuficiente . "Em outros países, a margem líquida fica entre 13% e 16%".
A falta de rentabilidade não provocou fechamento de revendas, diz Reze, mas aumentou o endividamento das empresas junto às montadoras.
Apesar disso, a previsão é de crescimento do número de concessionárias, por causa da chegada de novas montadoras.
"Cada marca vai precisar, nos próximos anos, ter uma rede de pelo menos 200 lojas", diz Reze. Segundo ele, esse aumento da rede começa a acontecer em 97.
Para 96, Reze prevê um cenário de equilíbrio. Segundo ele, as empresas devem voltar a trabalhar com lucro. "Vai diminuir a pressão dos importados sobre o mercado." Haverá também menos descontos sobre o preço de tabela. "Em uma economia estável, 3% já é um enorme desconto", diz.

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