São Paulo, quinta-feira, 14 de dezembro de 1995
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Surfe na neve

CARLOS SARLI

O Havaí está mais para Mongaguá. Vail e Aspen são Waimea, Sunset, Pipeline.
Enquanto as ondas não rolam, as montanhas do Colorado, EUA, estão cobertas de neve. Só me resta continuar no meu deslumbre.
O snowboard não pára. É o esporte que mais cresce na indústria do esporte norte-americano, onde as atividades crescem sustentadas.
Enquanto aqui, a maioria está na mão dos bancos, quando não, na dos agiotas, pagando juros extorsivos, lá, pequenas e médias empresas do segmento abrem suas ações no mercado de capitais e são bem recebidas.
O surfe na neve fará sua estréia como esporte olímpico em 98, na província de Nagano, Japão, nos Jogos Olímpicos de Inverno.
Acabou o monopólio do esqui nas pistas de todo o mundo, da Nova Zelândia ao Canadá, da Argentina à Suíça.
E não é só a molecada que tem e dita estilo, com roupas folgadas e cores sóbrias. Velhos esquiadores, senhoras e crianças. Está liberado.
Mesmo as roupas coloridésimas e coladas ao corpo, própria dos esquiadores, são vistas sobre a prancha da neve. Sem preconceito.
Já havia experimentado o esporte uma vez, e sem instrutor havia me dado mal.
Há duas semanas, por dias seguidos aprendendo com o campeão mundial, pude sentir a parada. Fiquei maluco. Cada vez que chegava embaixo, só queria subir para uma nova descida.
Para quem leu a coluna na semana passada e achou que fiquei deslumbrado, fiquei mesmo.
Se você já pratica e quer ir mais fundo, ou se estiver a fim de aprender, o camp dos irmãos Delaney, em Aspen, é o canal. Mais de mil pessoas já fizeram o curso.
Este ano são esperados cerca de 25 mil brasileiros, o segundo maior contingente de estrangeiros na região. Só perdem para os alemães.
Em alguns hotéis e restaurantes de Aspen e Vail é possível se comunicar em português sem constrangimento.
Também é comum ser atendido por uma loirinha que podia muito bem ser confundida com a última capa da Vanity Fair e que de quebra é filha de diplomata, ou por um jovem fazendeiro do Texas, que no inverno largam tudo para ficar esquiando/snowboarding.
Muita garotada trabalha como voluntária no turismo em troca de passe de skilift para toda temporada. Resultado: muita gente educada e simpática te assessorando.

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