São Paulo, quinta-feira, 14 de dezembro de 1995
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Crianças do Projeto Axé viajam à Itália

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Cinco anos após a sua fundação, o Projeto Axé de Salvador (BA) inicia depois de amanhã o primeiro intercâmbio cultural e recreativo com estudantes de outro país.
Durante nove dias, 20 integrantes do Axé (18 meninos e duas meninas), com idade de nove a 16 anos, vão ensinar capoeira, dança e circo em escolas de Roma, Veneza e Nápoles, na Itália.
Os integrantes do Axé têm aulas diárias de capoeira, dança e circo. Eles se prepararam para a viagem com aulas sobre a cultura e arquitetura romanas.
O convite para a apresentação dos meninos do Axé na Itália foi feito no último dia 20 de julho.
Em carta endereçada ao presidente do Axé, Cesare Delarocca, o prefeito de Roma, Francesco Rutelli, informou que será entregue aos coordenadores do projeto o troféu "Brasília-Roma, Cidade da Paz" .
A entrega do prêmio ao Projeto Axé está prevista para a próxima segunda-feira, às 10h (horário de Roma), no Capitólio.
Todas as despesas de viagem e hospedagem serão pagas pela Prefeitura de Roma.
Na segunda-feira à tarde, os coordenadores do Axé participam de um seminário sobre a formação de educadores de rua. A primeira apresentação está prevista para as 10h, terça-feira, no teatro Parioli, em Roma.
A mais nova integrante do grupo, Ednéa Silva Rangel, 9, disse que ficou feliz em ser escolhida para viajar. Aluna no curso de circo, Ednéia disse que nunca sonhou em sair do Brasil.
O garoto Ricardo Mendes, 12, que joga capoeira, acredita que não terá dificuldades para ensinar italianos. "As crianças sempre têm mais facilidade de aprender os golpes", afirmou ele.
Na tarde de terça-feira, os integrantes do Projeto Axé viajam para Veneza. Nos dias 21 e 22 fazem show e visitam Nápoles.
No dia 23, as crianças visitam uma montanha nas proximidades de Roma, onde verão pela primeira vez a neve. O retorno ao Brasil acontece no dia 24.
Cerca de 3.100 meninos e meninas de rua estão cadastrados no projeto. Todos recebem três refeições diárias, vale-transporte, bolsa semanal e são obrigados a estudar.
O Projeto Axé é financiado por colaborações de empresas e particulares que depositam contribuições por débito em conta telefônica.

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