São Paulo, quinta-feira, 14 de dezembro de 1995
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Juppé propõe negociação com sindicatos

VINICIUS TORRES FREIRE
DE PARIS

Em mais uma concessão aos grevistas que paralisam o setor público francês há três semanas, o primeiro-ministro Alain Juppé convocou uma "cúpula social".
O premiê propôs uma negociação geral sobre desemprego, diminuição do tempo de trabalho e proteção social aos sindicatos dos setores privado e público. A reunião está marcada para 21 de dezembro.
No entanto, as duas maiores centrais sindicais, CGT e FO, confirmaram ontem a sétima manifestação nacional conjunta, marcada para o próximo sábado.
O líder da CGT, Louis Viannet, disse em entrevista a uma rádio que "o movimento ganhou dinâmica própria. Ele exprime a falência das elites e tem dimensão política, no sentido mais alto da expressão -nós não queremos a cabeça de Juppé".
O presidente Jacques Chirac garantiu ontem que a cabeça de Juppé deve ficar no lugar por ainda algum tempo. No primeiro discurso de apoio aos planos do premiê, ele disse "que não há outra política" para a Previdência Social.
"Vamos manter o rumo das reformas, pois agora, como todos os grandes países, fazemos parte da economia mundial", disse diante do seu Conselho de Ministros.
Os sindicatos aumentaram suas reivindicações. Agora querem também garantias contra o congelamento de salários e medidas concretas contra o desemprego. Procuram o apoio do setor privado, que até agora não aderiu à greve. A manifestação marcada para sábado, dia de folga, é uma tentativa de ganhar este apoio.
Mas no setor público mesmo as divisões continuam a aumentar. Em três cidades, os ferroviários votaram o fim da greve. Não podem voltar a trabalhar porque todo o sistema de ferrovias está parado.
Desempregados e sem-teto, por sua vez, aderiram aos protestos. Ontem, cerca de 300 militantes de organizações de defesa dos excluídos ocuparam o Centro Nacional Georges Pompidou, conhecido como Beaubourg, para exigir a instalação de um fórum nacional de debates sobre sua condição.
Eles prometem invadir o centro todos os dias. O local, que abriga o maior museu francês de arte moderna, ficou fechado ontem.
Bélgica
Uma manifestação de funcionários públicos belgas reuniu ontem 40 mil pessoas (segundos os organizadores) nas ruas de Bruxelas, a capital. Eles protestam contra cortes no Orçamento estudados pelo governo, que atingiriam salários e a Previdência Social.

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