São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 1995
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Polícia invade favela onde ocorreu assassinato

SERGIO TORRES

SERGIO TORRES; CLÁUDIA MATTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A Secretaria de Segurança do Rio deflagrou ontem uma grande operação policial no complexo da Maré (zona norte do Rio), agrupamento de favelas onde 11 torcedores de São Paulo foram metralhados anteontem. Um deles morreu e três ficaram feridos.
A ação foi iniciada no fim da tarde, cerca de 40 horas depois do ataque aos torcedores. Aproximadamente 200 homens -150 PMs e 50 policiais civis- ocuparam as favelas Vila do João, Vila do Pinheiro e Timbau, que formam o complexo da Maré.
A ocupação é por tempo indeterminado. A meta da secretaria é prender traficantes e apaziguar as favelas, local de confrontos armados entre quadrilhas.
Nas primeiras horas da ocupação não houve confrontos da polícia com traficantes. Ninguém foi preso. Não foram registradas apreensões de drogas ou armas.
A ocupação foi determinada pelo secretário de Segurança Pública, general da reserva Nilton Cerqueira, irritado com o drama vivido pelos torcedores.
Os santistas contaram que foram metralhados ao entrar por engano na Vila do João, na madrugada de anteontem, após o jogo Santos x Botafogo, pelas finais do Campeonato Brasileiro.
Os torcedores disseram que os traficantes atiraram por achar que os dois carros em que chegaram à favela pertenciam à quadrilha da Vila do Pinheiro.
O delegado-titular da 21ª DP, Waldemar Gonçalves, disse que os traficantes das vilas do Pinheiro e do João estão em guerra desde janeiro. Segundo Gonçalves, o chefe da Vila do João é Gleique dos Santos, o Quito. Odyr dos Santos, o Odyr, seria o líder da Vila do Pinheiro.
As duas quadrilhas estão muito bem armadas, disse o delegado. Os traficantes teriam metralhadoras, fuzis e pistolas.

Colaborou CLÁUDIA MATTOS, da Sucursal do Rio

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