São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 1995
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Secretário diz que causas são o crack e desemprego

KENNEDY ALENCAR
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, atribui o crescimento dos homicídios dolosos à disseminação do crack na periferia de São Paulo e ao crescimento da miséria e do desemprego.
Segundo Silva, os fatores sociais combinam-se aos criminais. "As chacinas começaram a ser mais frequentes de 92 para cá", diz o secretário.
O DHPP investiga crimes de autoria desconhecida. Na Grande São Paulo, aconteceram 46 chacinas neste ano.
O secretário está elaborando um plano de policiamento para a zona sul de São Paulo, a mais violenta da capital. A idéia deverá ser implantada em fevereiro. Depois, o secretário pretende estender o projeto para a a zona leste, a segunda mais violenta.
"O primeiro ano de governo é sempre um aprendizado", afirma o secretário, que aguarda uma pesquisa do NEV (Núcleo de Estudos da Violência da USP) para finalizar o plano.
O estudo do NEV traçará as causas da criminalidade na zona sul. A pesquisa servirá para mesclar o policiamento da região com ações sociais, como assistência médica e dentária.
Silva citou algumas medidas que considerou positivas em 1995. A operação especial da polícia na zona sul, que reduziu temporariamente os homicídios dolosos nos fins-de-semana em 30%, e a determinação para afastar do policiamento PMs envolvidos em conflitos com morte de civis.
"Estaria mais satisfeito se tivesse baixado ou igualado o índice de homicídios do ano passado, mas isso não foi possível", diz.
Segundo o secretário, em abril havia projeção de crescimento de 20% nesse tipo de crime. "Demos uma freada", afirma, referindo-se ao aumento de 11,2% nos homicídios dolosos comparando-se os primeiros onze meses de 94 e 95.
O mês de abril, com 705 homicídios dolosos, foi o mais violenta da história de São Paulo.
Este ano, o final de semana mais violento aconteceu em 24 e 25 de junho, com 64 mortes. Metade dos homicídios dolosos ocorre em finais de semana.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, os principais motivos para as mortes na Grande São Paulo são as disputas de traficantes por pontos de drogas, acerto de contas entre quadrilhas de ladrões e brigas em bares e locais públicos.

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