São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 1995 |
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Autuori lê 'O Mundo de Sofia'
MÁRIO MAGALHÃES
Um livro que conta uma história romanceada da filosofia é o prazer do técnico do Botafogo, Paulo Autuori, nos dias que antecedem a final do Campeonato Brasileiro. Ele já chegou à metade das 550 páginas de "O Mundo de Sofia", obra do norueguês Jostein Gaarder editada no Brasil pela Companhia das Letras. "Estou gostando demais", afirmou. "Mostra, por exemplo, como a vida te joga coisas bonitas, mas a gente perde o poder de se surpreender com coisas lindas." Uma aplicação prática da lição foi sua satisfação com a vitória de 2 a 1 sobre o Santos na quarta-feira, em contraste com o desânimo de muitos atletas, que consideraram pequena a diferença de gols. "Não posso deixar de me surpreender com uma vitória", diz. De certo modo, Autuori sublima a decisão de amanhã. "Não é o fim de tudo, é um jogo. Não posso achar que é algo transcendental." Empate ou vitória do Botafogo no Pacaembu significará para ele seu primeiro título à frente de uma equipe de futebol. "Mais importante do que o título, que representa sucesso, é o prestígio, o reconhecimento por manter a qualidade durante muito tempo", afirmou. "Não quero ser como músicos que fazem uma música de sucesso e depois não são mais ouvidos." "O contrário deles são compositores como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Ivan Lins, que por seu trabalho mantêm o prestígio", compara Autuori. O técnico e a equipe embarcam para São Paulo hoje às 17h no aeroporto Santos Dumont. Autuori vai levar seu filho, de 20 anos, fruto de um relacionamento quando o técnico era solteiro, aos 19 anos. Casado há 12 anos, o treinador tem duas filhas com sua mulher. O jogo de amanhã pode ser o seu último no Botafogo. Ele recebeu convite do clube português Benfica. No Botafogo, Autuori recebe cerca de R$ 15 mil por mês. (MM) Texto Anterior: Torcedores preparam festa no Rio Próximo Texto: Sérgio Manoel diz que mágoa motiva Índice |
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