São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 1995
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Spike vai ao xis da questão racial

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

O mal-entendido é uma instituição cinematográfica por excelência. Pode-se ir da glória ao fracasso mais retumbante por conta dele.
Spike Lee, o diretor de "Malcolm X" (Telecine, 12h), é um típico beneficiário/vítima do mal-entendido. Quando surgiu, Spike foi visto como um cineasta negro implacável com os negros. Era verdade. Mas isso nunca impediu que atribuísse aos brancos a culpa essencial nos conflitos raciais nos EUA.
"Malcolm X" é uma biografia do líder muçulmano negro. Descreve a trajetória de um homem condenado à destruição e redimido por uma fé construída contra os brancos.
A crítica ao homem branco ficou mais clara em "Malcolm X" (embora os negros não sejam santos). Ou, em todo caso, Spike tenta detectar o tipo de lugar que o branco procura reservar ao negro nos EUA (e não só lá, com certeza).
É um belo filme que foi crucificado. No mais, Denzel Washington está perfeito.
(IA)

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