São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 1995
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Ben Jor enfrenta platéia com novas canções

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REDAÇÃO

Show: Jorge Ben Jor
Onde: Olympia (r. Clélia, 1.517, Lapa, região Oeste, tels. 864-7333 e 252-6255)
Quando: hoje, às 22h30, e amanhã, às 20h
Quanto: R$ 20 a R$ 35

Jorge Ben Jor enfrenta hoje o desafio de inserir em seu clássico show uma nova safra de canções, ainda desconhecidas do público. Ele apresenta, pela primeira vez em São Paulo, as músicas de seu último e recém-lançado álbum, "Homo Sapiens".
"É muito mais difícil conquistar o público com músicas novas", afirma o cantor e compositor. "Precisa ter tática de defesa, meio-de-campo e linha, tem que achar a hora exata para colocar cada música".
Cinco das dez faixas do novo CD devem estar no show. Se depender das preferências de Jorge, serão "Ave Anjos Angeli", "Gostosa", "Little Black Joe Band", "Ubiraci", Ubirani" e "Rabo Preso".
"Agora tenho que cantar essas músicas, que são as mais inéditas, diz. Ainda pouco conhecidas, virão respaldadas e protegidas pelas infalíveis "País Tropical", "Taj Mahal" e "Fio Maravilha" -as composições que Jorge mais cantou na vida.
"Sinto o mesmo prazer de sempre em cantar essas músicas, apesar de usar uma roupagem nova a cada vez. Mas nunca vou cansar, porque o público está lá por causa delas, quer cantar junto e dançar".
Na filosofia de Jorge, o público é sempre soberano. "Apesar de termos um roteiro pronto, jogamos muito dependendo do público, sentindo a sua harmonia e energia."
Ele próprio desvenda a receita para conquistar a platéia: "Se tem que continuar a pauleira, a gente continua, senão dosa um pouco pra acalmar. A tendência é sempre começar em cima, depois dar uma acalmadinha e subir de novo no final."
Novidades até são admitidas, "pra não fazer tudo sempre igual". Desta vez, Jorge acoplou à sua fiel Banda do Zé Pretinho quatro bailarinos (dois homens e duas mulheres) da Companhia Aérea de Dança.
Nenhuma mudança radical, no entanto. "Na nossa profissão, a gente não pode nunca parar, mas também não pode se prostituir musicalmente, fazer coisa ruim só porque é sucesso."
É nesse espírito que Jorge vem sonhando -embora o novo contrato com a Sony só preveja trabalhos inéditos- em gravar um álbum com releituras de algumas de suas composições menos conhecidas -o trio infalível estaria fora, automaticamente.
Entre elas, estariam faixas dos discos que ele considera seus prediletos, "A Tábua de Esmeralda" (74), "África Brasil" (76), "A Banda do Zé Pretinho" (78) e "Solta o Pavão" (75).
"Quando fiz esses discos, ninguém no Brasil entendia o meu trabalho. O meu pai sempre falou que eu fazia as coisas muito na frente. Agora, acho que está na hora", diz. Vai depender da gravadora.
Até lá, há ainda muito trabalho à vista. Jorge faz shows até o dia 23. "Aí, a gente pára para a festa natalina e todo mundo volta para suas famílias". Por pouco tempo: Jorge tem proposta para fazer show no réveillon, que tende a aceitar. "O pique é cansativo, mas é gostoso", festeja.

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