São Paulo, sábado, 16 de dezembro de 1995
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Ornitorrinco começa 96 com duas peças

MARCELO DE SOUZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto a temporada teatral inicia seu habitual recesso de fim de ano, o Teatro do Ornitorrinco, liderado por Cacá Rosset, agita sua numerosa trupe para a produção de duas novas peças para 96.
Uma delas é a remontagem de "Ubu -Folias Physicas, Pataphysicas e Musicaes", de Alfred Jarry -apresentada pela primeira vez no Brasil em 1985 e vista por mais de 350 mil pessoas. Quinze atores estão envolvidos na remontagem.
Em uma outra frente, os atores Cristiane Tricerri e Luciano Chiarolli se preparam para se triplicar na montagem de "Quíntuplos" -texto inédito no Brasil, escrito pelo portorriquenho Luiz Rafael Sanchez. Os atores vão viver, sob a direção de Maria Alice Vergueiro, três personagem cada um.
Tricerri se prepara para a maratona trabalhando triplicado. Além de pensar na composição de suas personagens, faz as vezes de produtora, pela primeira vez em sua carreira de 15 anos.
"Sempre gostei do lado empresarial, apesar de nunca tê-lo exercido", diz Tricerri, há 11 na trupe.
"Quíntuplos" é uma comédia sobre a família Morrison -o pai e seus cinco filhos gêmeos. Valendo-se deste fato "exótico", a família apresenta-se em conferências em diferentes partes do mundo.
Em uma delas -que é justamente o assunto da peça-, o pai não escreve o roteiro da apresentação e os filhos têm que improvisar.
O resultado é um festival de brigas familiares e neuroses descarregadas, de forma bem-humorada, sobre o público.
A Tricerri cabe a missão de encarnar as trigêmeas: a aspirante a mito Dafne, a lésbica culpada Bianca e a histérica Carlota.
Os outros dois gêmeos -o tímido e melancólico Baby e o narcisista Mandrake- ficam a cargo de Luciano Chirolli, que também interpreta o pai.
A peça, escrita pelo autor de 59 anos que dá aulas de teatro em Nova York, foi descoberta pela diretora e fundadora do Ornitorrinco, Maria Alice Vergueiro, em uma viagem recente aos EUA.
"Ele é muito importante dentro do cenário da dramaturgia e seus temas são sempre muito atuais", diz a tradutora Bella Jozef que cita o texto "A Guaracha do Macho Camacha", traduzido no Brasil, como um de seus melhores textos.
"Não conhecíamos nada dele", diz Cristiane Tricerri. "A Maria Alice se apaixonou imediatamente e disse que as gêmeas pareciam ter sido escritas para mim."

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