São Paulo, terça-feira, 19 de dezembro de 1995
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Pagamento de multa é adiado

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O BB (Banco do Brasil) conseguiu adiar para março a multa de US$ 3,28 milhões referente ao atraso do Sivam, mas teme levar um calote do governo.
Como o banco é intermediário do governo no empréstimo de US$ 1,4 bilhão concedido pelo Eximbank para a implantação do Sivam, o BB tem sido obrigado a pagar as multas previstas.
A direção do banco está tendo dificuldades em convencer o Tesouro a repassar o valor das multas. Com isso, o BB será o único prejudicado financeiramente com um provável cancelamento do contrato do Sivam.
A multa (commitment fee) é uma taxa prevista em contratos de empréstimo. Quando o banco libera o dinheiro, mas o devedor não o utiliza, a multa é cobrada.
No primeiro semestre deste ano, o Eximbank cobrou do BB a primeira parcela da multa, no valor de US$ 3,28 milhões. A segunda parcela, também de US$ 3,28 milhões, deveria ter sido paga na sexta-feira passada.
Uma delegação do banco que está em Washington negociando com o Eximbank conseguiu adiar o pagamento da segunda parcela para março do próximo ano.
A Folha apurou que a direção do BB vem pressionando para receber do Tesouro desde antes do vencimento da primeira parcela. O banco argumenta que não tem nada a ver com o Sivam e que só intermediou o empréstimo, a pedido do governo, porque acreditava que o projeto não teria problemas.
O Tesouro alega que só pode repassar verbas de projetos em andamento. Como o Sivam continua parado, o Tesouro não teria como justificar o repasse ao BB.
O BB, porém, vai incluir as multas pagas ao Eximbank na relação de dívidas não assumidas pelo Tesouro, que chegariam a US$ 3 bilhões.

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