São Paulo, terça-feira, 19 de dezembro de 1995
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PFL e PSDB se reúnem para amenizar a crise

AZIZ FILHO
DA SUCURSAL DO RIO

Os presidentes do PFL, Jorge Bornhausen, e do PSDB, senador Artur da Távola (RJ), acertaram ontem no Rio um conjunto de iniciativas para tentar amenizar a crise de relacionamento entre os dois partidos.
Em duas horas de conversa na sede da empresa Brasif, da qual Bornhausen é vice-presidente, os dois dirigentes decidiram montar reuniões periódicas das cúpulas de seus partidos para identificar e abortar futuros focos de crises.
Na reunião, o pefelista disse que as direções das duas legendas devem "bombeirar" os eventuais atritos, ou seja, atuar como bombeiros. A primeira reunião das cúpulas deverá ser na casa de Távola, em Brasília.
O senador pediu que Bornhausen transmitisse sua solidariedade ao presidente da Câmara dos Deputados, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), em relação ao episódio da pasta cor-de-rosa.
Os dois decidiram pedir uma audiência ao presidente Fernando Henrique Cardoso, assim que ele retornar da viagem à Ásia, para afirmar que pretendem deixá-lo à vontade para mudar o ministério.
"Eventuais pressões podem desestruturar o quadro de aliança", afirmou Távola. Segundo ele, ficou acertado que PFL e PSDB vão "sepultar" as conversas sobre reeleição. O mais importante, disse, é garantir as reformas.
Antes do encontro, Bornhausen considerou ser "inegável a existência de alguns problemas na política, e os descompassos são coisas naturais, mas achar o passo não é tão difícil assim".
Para o pefelista, cabe a FHC superar o "descompasso. Afirmou que vai aguardar o retorno do presidente "para que ele imprima as soluções que achar necessárias" para acabar com os atritos entre PSDB e PFL.
Bornhausen ironizou as declarações de FHC sobre a atuação do ministro das Minas e Energia, Raimundo Brito, do PFL. O presidente afirmou na Malásia que as críticas ao ritmo das privatizações partem principalmente do PFL e que a maior parte estatais privatizáveis está com Brito.
"Concordo com o presidente. O Raimundo Brito é um excelente ministro", disse Bornhausen. Segundo o pefelista, as concessões na área de minas e energia foram as que mais avançaram em 1995, e Brito já entregou ao governo o projeto que regulamenta a flexibilização do petróleo.
Ciro Gomes
O ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes criticou FHC pela crise da pasta cor-de-rosa. "A culpa de tudo é do presidente", disse, por telefone, dos EUA, onde vive. Para ele, falta um coordenador político no governo.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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