São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995
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Atriz pode ficar incomunicável em clínica

DENISE CHRISPIM MARIN
DE BUENOS AIRES

A atriz Vera Fischer poderá ficar incomunicável -mesmo contra sua própria vontade- durante o período de tratamento na clínica Villa Guadalupe, em Buenos Aires (Argentina).
A terapia fará com que ela se torne dependente do uso de antidepressivos -remédios que serão básicos para seu tratamento.
"Nós compensamos o sistema biológico da pessoa e a preparamos para viver sem usar drogas", afirmou ontem o psiquiatra Eduardo Kalina, 58, diretor da clínica.
O psiquiatra não confirmou se Vera é ou não dependente de drogas. No entanto, deu uma pequena palestra a jornalistas exclusivamente sobre este tema.
Não tratou, por exemplo, de problemas como a bulimia, anorexia ou depressão, distúrbios também tratados por sua clínica.
Um funcionário da clínica, que não se identificou, informou à Folha que os pacientes não costumam sair do local até a fase final do tratamento -o que demora, em média, três meses.
Só então poderão passear com familiares -sempre acompanhados por um terapeuta.
O funcionário também afirmou que familiares do paciente podem pedir a um juiz argentino a autorização para mantê-lo internado, mesmo contra sua vontade. A clínica interviria no processo.
Kalina admitiu que a prática foi adotada em casos de internação de argentinos. "Até policiais foram chamados para impedir a fuga." Ele não soube dizer se o procedimento é o mesmo para pacientes estrangeiros.
Kalina não mencionou o diagnóstico, tipo de tratamento ou custos relativos à internação da atriz. Disse apenas que serão divulgados boletins médicos depois do Natal e que o tratamento não terá "resultados em 20 horas".
Falando sobre drogas, Kalina explicou que a dependência de cocaína é a pior.
Os usuários costumam sofrer danos irreversíveis na parte frontal do cérebro, que controla os impulsos.

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