São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995
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Natal tem poucas opções de bonecas negras

ALESSANDRA BLANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os pais que quiserem presentear seus filhos neste Natal com uma boneca negra terão poucas opções.
Em São Paulo, só há uma loja especializada em bonecas étnicas, a Tilai, que tem poucas ofertas porque falta produção nacional. "Algumas indústrias fazem bonecas negras por dois meses e depois param porque só a minha loja vende o produto", diz Dilma Pereira, 31.
A Tilai vende duas bonecas negras por dia e 60% de seus clientes são negros ou mestiços.
A Estrela, que fabrica a Barbie no Brasil, não tem a versão negra da boneca. O presidente da Estrela, Carlos Tilkian, disse através de sua assessoria de imprensa que não comentaria a falta da boneca negra por ser um assunto "muito delicado" no Brasil.
Na rede de lojas DB Brinquedos, a única boneca negra é a Lissidoll, de fabricação alemã.
A Folha fez um teste em uma creche. Cinco bonecas negras -uma Barbie importada, um boneco de plástico, uma boneca de pano, um bebê e uma família de bonecas de pano- foram oferecidas a crianças de 3 a 6 anos.
Por 15 minutos, as crianças mexeram em todas as bonecas. Depois, ficaram só com a Barbie, em uma disputa que acabou em choro.
A Barbie negra fez mais sucesso com Ana, 4, loira, do que com Tamira, 6, negra, que preferiu a sua boneca Taís, um bebê branco.

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