São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 1995
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Hotel Glória preserva noção de elegância do passado

DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

A criação do Hotel Glória foi fruto da necessidade do Rio de poder receber -e hospedar bem- um incontável número de notáveis nos anos 20.
Construído para as comemorações do centenário da Independência do Brasil, o prédio (projetado pelo arquiteto francês Jean Gire) foi inaugurado do dia 15 de agosto de 1922, se transformando (naquela época) no maior hotel da América do Sul.
Três meses depois, o Glória já recebia seu primeiro grande hóspede: o presidente Epitácio Pessoa. Se o Copacabana Palace se notabilizou por ser o preferido das estrelas, a tradição do Glória mostra que ele foi sempre o preferido dos políticos brasileiros.
Localizado na praia do Flamengo, em frente ao aterro, o hotel se notabilizou também pela decoração encontrada em seu prédio: dos 650 apartamentos do hotel, 400 possuem decorações únicas.
Ainda que em uma confusão de estilos, é inegável a procura por um conceito de sofisticação em cada pequena peça de seus espaços.
Assim, é possível para um hóspede do hotel encontrar entre a decoração um vaso chinês da dinastia Ming, uma escultura em mármore datada de 1900 do escultor francês Alfred Boucher ou ainda peças de Nicolas Cain, outro francês do século passado que se dedicou às esculturas.
Para manter a conservação de seu acervo, o Glória mantém uma marcenaria, uma oficina para estofadores, cortineiros, eletricistas, marmoristas e pintores, que trabalham em seus tapetes persas, móveis franceses e pinturas brasileiras do século 19.
Mas, além de sua decoração, o Glória possui ainda quatro bares e restaurantes, duas piscinas e um centro de convenções que é um anexo do prédio principal, com capacidade para mil pessoas.
Fruto de um tempo que preservava uma outra noção de elegância, o hotel Glória faz parte agora da tradição da cidade.

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