São Paulo, sexta-feira, 22 de dezembro de 1995 |
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FHC apela para conciliação com o PFL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que "o Brasil precisa de calma, precisa visar um horizonte, não entrar em ebulição sem necessidade e persistir no seu caminho".A declaração, feita em cerimônia no Palácio do Planalto para anúncio de modificações nos critérios para escolha de reitores de universidades, foi interpretada como um pedido para pôr fim à crise que envolve o governo e as principais lideranças do PFL, o senador Antônio Carlos Magalhães (BA) e seu filho, o presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (BA). Os dois parlamentares baianos criticaram o presidente na condução do caso da pasta cor-de-rosa (relação de doações do Banco Econômico a políticos na eleição de 1990). Luís Eduardo chegou a dizer que falta autoridade a FHC na chefia de seu governo. Em seu discurso, Fernando Henrique fez outro aceno de paz ao presidente da Câmara. Elogiou o comportamento do Congresso Nacional neste ano. Anteriormente, ele, seus assessores diretos e líderes do PSDB já haviam feito declarações no sentido de enaltecer o papel do presidente da Câmara na aprovação dos projetos de interesse do governo. "Dificilmente temos tido, na nossa história parlamentar, um ano tão proveitoso quanto este", disse. O presidente lembrou que não sofreu nenhuma derrota no Congresso, apesar de todas as dificuldades que enfrentou com a base parlamentar que o apóia. "Enfim, o governo teve a satisfação de ver todas as suas propostas aprovadas pelo Congresso, sem nenhuma exceção -inclusive agora, neste mês de dezembro, antes de entrar em recesso." Fernando Henrique aproveitou a ocasião para voltar a descartar qualquer hipótese de mudança em seu ministério, como desejam PFL e PMDB -principais partidos de apoio ao governo no Congresso. "Quando se tem rumo, o que é preciso é persistir no rumo. É um sinal de maturidade de um país quando ele não anda em ziguezague. (...) É o que estamos fazendo em educação", afirmou. FHC foi ainda mais explícito: "Não tenho a cada momento uma idéia nova, uma pessoa nova, uma candidatura para cá ou para lá". Como já havia feito durante sua viagem à Ásia, o presidente criticou aqueles que fazem ataques aos integrantes de seu governo procurando desestabilizá-los. "Eu tenho sido bastante cortante quando vejo tiroteios porque tem que mudar aqui, mudar acolá. Não muda coisa nenhuma, a não ser que haja erro de condução. E não havendo erro de condução...", disse. Neste momento, FHC foi interrompido pela chegada do jogador Túlio, do Botafogo. O presidente retornou anteontem de uma viagem à Ásia e Europa. Texto Anterior: Para líderes, efeito da pressão será oposto Próximo Texto: 'Operação bombeiro' acalma Luís Eduardo Índice |
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