São Paulo, sexta-feira, 22 de dezembro de 1995
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FHC diz que atingiu meta de assentamentos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA AGÊNCIA FOLHA

Governo diz ter assentado 40.286 famílias de sem-terra neste ano; Famílias de Corumbiara terão três fazendas
O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que conseguiu materializar ontem uma de suas principais promessas de campanha: assentar mais de 40 mil famílias de trabalhadores sem-terra em seu primeiro ano de governo.
FHC foi informado por telefone sobre a inclusão de mais 604 famílias no programa de assentamento rural em Corumbiara (RO), o que soma 40.286 famílias assentadas desde o começo do ano.
As famílias assentadas ontem receberam a permissão de explorar terras improdutivas nas fazendas Rio Branco, Rio Preto e Santa Catarina, nas proximidades de Corumbiara.
A notícia foi dada a FHC pelo presidente interino do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Raul do Valle. Ele viajou ontem pela manhã para Porto Velho (RO) para acompanhar de perto as negociações dos novos assentamentos.
Para os próximos três anos, a política agrária de FHC é assentar 60 mil famílias no segundo ano de governo, 80 mil no terceiro e fechar seu mandato com mais 100 mil famílias assentadas.
O programa de governo prevê ainda a execução de obras sociais e investimentos de infra-estrutura nos assentamentos, principalmente nos da região Nordeste.
Antes do telefonema, em seu discurso à tarde no Palácio do Planalto, FHC disse estar esperando a confirmação dos assentamentos.
"Eu me comprometi com 40 mil e, com todas as confusões havidas ou por haver, nós estamos assentando, o que nunca foi feito no Brasil. Posso repetir isso com tranquilidade", afirmou.
Valle assinou em Porto Velho as escrituras de compra de três propriedades para assentar 490 das 604 famílias acampadas em frente à fazenda Santa Elina, em Corumbiara.
No último dia 9 de agosto, um confronto armado entre policiais militares e sem-terra que ocupavam a Santa Elina resultou na morte de 12 pessoas (dez sem-terra e dois policiais).
O Incra pagou R$ 6 milhões pelas propriedades (R$ 465 mil em dinheiro e o restante em títulos da dívida agrária, pagáveis em dez anos).

Colaborou a Agência Folha

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