São Paulo, sexta-feira, 22 de dezembro de 1995
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Para líderes, lobby dos EUA tem efeito contra a Raytheon

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Folha apurou que líderes do governo Fernando Henrique Cardoso no Congresso acreditam que as pressões do embaixador dos Estados Unidos, Melvyn Levitsky, contra o cancelamento do contrato do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia) com a Raytheon, vão provocar o efeito contrário.
Na opinião dos líderes, as declarações do embaixador foram inconvenientes, porque dizem respeito à soberania do país. Eles avaliam que o governo agora será obrigado a cancelar o contrato com a empresa norte-americana.
Os parlamentares consideram que o cancelamento ocorrerá mesmo que não existam irregularidades graves -condição anterior colocada por Fernando Henrique.
A pior coisa para o Brasil neste momento, segundo disseram os líderes à Folha, seria dar a impressão de que o país não tem independência para resolver seus problemas internos. Se isso acontecesse, o desgaste do presidente Fernando Henrique se agravaria.
Os líderes acham que o embaixador americano foi imaturo ao pressionar o Brasil. Acreditam que a opção diplomática seria muito mais eficiente. Eles também discordam da interferência de FHC.
Para eles, o presidente não deveria ter respondido ao embaixador. O correto, na opinião dos líderes, seria deixar essa função para o ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia.

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