São Paulo, sexta-feira, 22 de dezembro de 1995
Texto Anterior | Índice

Justiça condena torcedores por agressão

MARCELO MOREIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD

A Justiça de Santo André condenou anteontem cinco torcedores da Mancha Verde (principal torcida organizada do Palmeiras) pela agressão aos são-paulinos Manuel Damião Souto da Silva e Rosivaldo Queiroz de Barros.
A sentença de cada um deles é de 17 anos, três meses e 20 dias de prisão. Os cinco condenados -Alexandre Malpica, José Luiz Malpica, Reinaldo Malpica, Ivan Garcia da Silva e André Vieira da Silva- agrediram Barros e Silva em 28 de outubro de 1994.
Os dois foram à sede da torcida palmeirense em Santo André comprar ingressos para um jogo entre Palmeiras e São Paulo. Silva era são-paulino e Barros, palmeirense.
Os membros da Mancha Verde observaram que Silva vestia uma camisa do São Paulo por baixo do agasalho e começaram a agredir os dois, que tiveram escoriações pelo corpo e dinheiro roubado.
A sentença foi dada pelo juiz Iasin Ahmed, da 1ª Vara Criminal de Santo André na terça-feira, mas só foi protocolada no dia seguinte.
Os três Malpica, Ivan Garcia da Silva e André da Silva foram condenados por cárcere privado, roubo, lesão corporal e atentado violento ao pudor.
Reinaldo Malpica, o presidente da extinta Mancha Verde de Santo André, seu irmão Alexandre, seu primo José Luiz e André da Silva estão foragidos desde outubro de 1994, com prisão preventiva decretada.
Ivan Garcia da Silva foi preso em junho deste ano. Segundo o promotor Pedro Baracat, de Santo André, ele é o único que poderá recorrer da sentença.
"Os outros quatro só poderão recorrer quando se entregarem à polícia e à Justiça", disse.
A advogada de Reinado, Alexandre e José Luiz Malpica e André da Silva, Lúcia Regina Gomes, afirmou ontem que a pena imposta aos seus quatro clientes foi excessiva. Para ela, faltou "inteligência" para a punição.
"Os jovens poderiam ser condenados a prestar serviço à comunidade. Eles são trabalhadores e não há sentido em enviá-los a uma penitenciária", afirmou.
Lúcia disse que os quatro estão fora de São Paulo e sendo sustentados por suas famílias. "No momento, não tenho como ajudá-los. A decisão de se entregar à Justiça cabe somente a eles e não sei quando a tomarão", afirmou.
Na antiga casa da família de Reinaldo e Alexandre Malpica, em Santo André, ninguém atendeu às ligações da Folha ontem.

Texto Anterior: Perícia diz que jogador 'corria'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.