São Paulo, sexta-feira, 22 de dezembro de 1995
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Porquinho Babe cativa crianças e adultos

PAULA MEDEIROS DE OLIVEIRA
DA REDAÇÃO

Filme: Babe, um Porquinho Atrapalhado
Direção: Chris Noonan
Produção: Dough Mitchell, Bill Miller e George Miller
Elenco: James Crowell, Magda Szubanski, 48 porquinhos se revezaram no papel de Babe
Estréia: hoje, nos cines Eldorado 1, Paulista 3, Astor e circuito

O herói das férias de verão é cor-de-rosa, tem nariz de tomada e atende pelo nome de Babe. O simpático protagonista de "Babe, um Porquinho Atrapalhado" é um desses personagens que cativam crianças e adultos ao primeiro movimento de focinho.
Longe da diversão previsível de estréias como "Ace Ventura, um Maluco na África" (dia 25), "Babe", uma produção australiana que demorou dez anos para ficar pronta, é um filme sensível, que apresenta as crueldades existentes nas relações humanas e consegue educar de maneira gostosa.
Babe é separado da mãe e dos irmãos e adquirido pelo fazendeiro Hoggett (James Crowell) em uma feira de animais. Em sua nova casa, os animais têm papéis definidos. Eles tentam ensinar a Babe que, para viver em harmonia, essas relações não podem mudar.
Os animais se esmeram para fazer seus donos -a quem chamam de chefes- felizes. Mas o porquinho ainda é criança e não tem preconceitos, trata os vizinhos como seus iguais.
Adotado pela cadela Fly, Babe quer ser pastor de ovelhas. Idéia que soa absurda para todo mundo.
A história acontece perto do Natal, e o medo de virar o prato principal da ceia é um fantasma que ronda a vida dos bichos. Leitão assado é uma das suculentas sugestões para o cardápio.
Magda Szubanski, a atriz que dá vida à gorda fazendeira, com suas grandes bochechas rosadas, parece uma ilustração saída de livros infantis.
Babe conquista o coração do chefe, que sutilmente descarta a possibilidade de ter pernil na noite de Natal. O carinho do fazendeiro aumenta quando Babe salva de ladrões um rebanho de ovelhas.
Hoggett observa o comportamento do porquinho e percebe que ele tem ascendência sobre alguns animais. O fazendeiro trata Babe com certa distinção e é considerado meio maluco pela família.
Os atores quase não têm falas. Eles são meros coadjuvantes. Servem de escada para a "atuação" do zoológico que está em cena. Os diálogos entre os animais são bem-construídos e os efeitos, perfeitos.
Os bichos também parecem bem-dirigidos. A expressão de dor nos olhos de Fly, na cena em que vê partir seus filhotes, já crescidinhos, é convincente.
O aprendizado do porquinho é um pouco dolorido. Quando recebe a incumbência de conduzir um rebanho para fora do cercado, Babe é orientado por sua mãe adotiva. Ela explica que as ovelhas são seres inferiores, e ele precisa mostrar autoridade, morder se for necessário. Mas as ovelhas riem de seu desempenho.
Frustrado, Babe ouve a dica de uma ovelha amiga: conversando a gente se entende. Babe descobre que com jeitinho, perseverança, um pouco de sorte e bons amigos é possível conquistar o que se quer.
Porque já tem essa lição aprendida, Hoggett inscreve seu porco no concurso de cães pastores de ovelha. E é assim que Babe conduz rebanhos. E ganha o concurso.

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