São Paulo, domingo, 24 de dezembro de 1995
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ARGUMENTOS PRÓ E CONTRA A LIBERAÇÃO

A FAVOR
. Fim do comércio ilegal acabaria com disputas entre quadrilhas e diminuiria o poder do crime organizado
. Estado regulamentaria o comércio e controlaria a qualidade das drogas, evitando mortes por overdose e intoxicação
. Ao cobrar impostos, o Estado teria fundos para investir em ações de saúde, reduzindo os danos causados pelas drogas
. Regulamentação do mercado acabaria com corrupção na polícia e mesmo nos meios políticos e judiciários
. A política repressiva tem sido um fracasso; apenas 10% da droga produzida e comercializada é apreendida
. As apreensões da polícia apenas fazem subir o preço da droga no mercado, mantendo o lucro dos traficantes
. Ao deixar de ser tratado como criminoso, o dependente poderá procurar os serviços de saúde e de tratamento
. A prisão acaba empurrando o usuário ou dependente para a marginalidade e o crime; prisões não recuperam drogados
. A bebida é uma droga tão danosa como as outras e não sofre nenhuma restrição por parte do Estado

CONTRA
. A liberação ou a descriminalização provocará explosão no consumo de drogas, aumentando o número de dependentes
. Valores morais como a família, a religião e o respeito aos mais velhos serão esquecidos; escolas ficarão vazias
. O crescimento do uso aumentará o número de todo tipo de acidentes, principalmente os de trânsito e no trabalho
. A liberação diminuiria brigas pelo comércio das drogas, mas aumentaria a violência entre gangues de jovens drogados
. O aumento do uso e do número de dependentes fará crescer os problemas de saúde da população, gerando gastos sociais enormes para o Estado
. Crianças e adolescentes terão acesso às drogas mais cedo; famílias inteiras serão destruídas pela dependência
. A experiência da liberação não deu certo em país algum; nenhum estudo científico foi feito nesse sentido
. O país que liberar as drogas se transformará num centro mundial de tráfico e consumo, com consequências sociais inimagináveis
. A polícia não terá condições de discernir entre traficante e dependente, anulando as políticas de prevenção e combate às drogas

Fonte: psiquiatras, médicos juristas, delegados, educadores e políticos ouvidos pela Folha

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