São Paulo, domingo, 24 de dezembro de 1995 |
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Classe alta não figura nas estatísticas
SERGIO TORRES
Os setores com mais poder aquisitivo procuram, para tratamento, as clínicas particulares, que guardam sigilo sobre o número de internações e atendimentos. O psiquiatra Fábio Damasceno, 42, da clínica Aldeia, localizada nos arredores de Niterói (15 km do Rio), confirmou à Folha que a clientela básica de instituições desse tipo é formada por dependentes oriundos de famílias com meios para se tratar fora dos programas antidrogas dos governos municipal, estadual e federal. Há 23 anos envolvido no tratamento e recuperação de usuários de drogas, Damasceno afirma que de 40% a 60% dos que experimentam cocaína criam algum tipo de dependência. "De cada dois que cheiram, um vicia", disse. Damasceno identifica diferenças entre os consumidores mais pobres e os de classe média e ricos. "Na favela, o indivíduo sem opção acaba envolvido com a droga e com a criminalidade. A garotada da zona sul, classe média alta, se envolve de outra forma. No meio, todo mundo cheira, todo mundo fuma. Fica difícil resistir." (ST) Texto Anterior: Antropóloga pesquisa favelas Próximo Texto: Santíssima Trindade Índice |
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