São Paulo, domingo, 24 de dezembro de 1995
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FHC e PFL fazem as pazes após bate-boca

Luís Eduardo questionou autoridade de presidente

RUI NOGUEIRA
COORDENADOR DE PRODUÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Foi uma semana prodigiosa em matéria de erros políticos. Os milhares de quilômetros que separam a China e a Malásia de Brasília, e as dez horas de fuso horário, não foram suficientes para aplacar a crise de relacionamento entre o governo do presidente Fernando Henrique e os caciques do PFL.
Com o presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), e FHC de língua solta, o país assistiu a um bate-boca que chegou ao clímax na quarta-feira.
Embalado pela descontração de um churrasco, Magalhães criticou o governo, colocou em dúvida a autoridade do presidente e cantarolou "Apesar de Você", de Chico Buarque. Dedicou a FHC o trecho que diz "você vai pagar e é dobrado". O deputado estava irritado pela inclusão de seu nome na pasta rosa encontrada no Banco Econômico, que foi repassada pela Procuradoria Geral da República à Polícia Federal para investigações.
Instalado de novo no Alvorada, na quinta, FHC reuniu-se com Magalhães, disse que o país "precisa de calma".
Primeira lição da crise: FHC e PFL mostraram que estão casados até que um novo bate-boca encrespe no horizonte. Segunda lição: de crise em crise, é certo que essa aliança, que misturou pefelistas e tucanos para eleger FHC, renda mais problemas do que que soluções nas eleições de 96.

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