São Paulo, domingo, 24 de dezembro de 1995
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Verão faz mulher sair em busca de romance

PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Começou sexta-feira e vai até março a estação que algumas mulheres consideram a mais desfrutável do ano: o verão. A temporada, para elas, é sinônimo de muito sol, pouca roupa e pelo menos uma aventura amorosa.
"Não costumo correr atrás de homem, mas me sinto muito mais disponível no verão", diz a administradora de empresas Franca Berra, 39, que viveu vários "verões" em 1995.
O primeiro, no começo do ano, foi em Búzios (RJ), e os outros dois, em setembro e novembro, no Caribe -onde o clima de verão se estende pelo ano inteiro.
Ela foi uma das 500 pessoas que embarcaram no cruzeiro "single" (para solteiros) organizado no meio do ano pela companhia Royal Caribbean (representada no Brasil pela Nascimento Turismo).
"Conheci muita gente e acabei ficando com um rapaz australiano que encontrei no último dia. Na hora do desembarque, em Miami (EUA), ele se aproximou e disse que vinha me observando desde o início da viagem", diz.
O caso continuou depois do cruzeiro e rendeu mais um verão para Franca. "Ele me ligou em casa durante semanas, apaixonado, e acabou me convidando para outro cruzeiro pelo Caribe", conta.
Franca teve sorte de encontrar um companheiro na viagem dos solteiros. Pelas contas da Nascimento Turismo, havia mais mulheres do que homens entre os passageiros. "Elas eram 65% do total", diz a diretora da agência, Mariz Leiman.
Cada uma pagou R$ 1.670,00 por oito dias de sol no transatlântico Souvering of the Seas. O preço é razoável: um pacote desses não costuma sair por menos de R$ 2.500,00. "Fizemos uma promoção porque o cruzeiro era temático (para uma categoria definida de passageiros)", diz Mariz.
Outro programa para mulheres que gostam de sol, barcos e também de tripulações bem-dispostas é visitar a ilha de Fernando de Noronha. Mais precisamente, o porto da ilha. A recomendação foi feita há alguns verões por uma amiga da coordenadora da programação internacional da TV Senac, Stella Leopoldo e Silva, 40.
"Ela me disse para levar o passaporte, porque a maioria dos caras que aportavam ali era estrangeira. Eu levei, de brincadeira, e quase fui parar na Nova Zelândia", diz Stella (leia ao lado).
A expectativa de Stella com relação ao verão é tanta que ela refaz o guarda-roupa a cada temporada. "Compro tudo novo", diz.
Roupa não é problema, no verão, para a publicitária Rosana Santos, 36. Ela diz que não precisa mais do que um biquíni, uma minissaia e sandálias de dedo. "Vou sempre para Trancoso (litoral da Bahia) e prefiro estar em forma do que bem vestida", diz. "Todo mundo fica com o corpo mais exposto na praia."
Ela vai sempre sozinha para Trancoso. "Não é um lugar para se ir namorando", diz. "Tem sempre muito homem bonito e é melhor estar desimpedida."
Rosana garante que não alimenta expectativas de romance ("se a gente espera muito, não acontece nada"), mas diz que é muito difícil voltar de lá sem uma história para contar.
"Verão sem pelo menos um casinho não é verão", diz. Ela encontra com muitos paulistas de férias, mas prefere ficar com pessoas de outros lugares. "Conheço gente de tudo que é canto", afirma.
Conhecer gente nova, em uma situação diferente, do outro lado do mundo, foi o que atraiu à Austrália a paulista Edes Dalle Molle, 32. Ela vai desembarcar em Sidney no início de janeiro e viajar o resto do país de moto. "Vou sozinha, para ver o que vai dar", diz.
Edes conta que, quando fala da viagem para as amigas, sempre ouve a estatística demográfica da Austrália. "São oito homens para cada mulher", elas brincam. "Eu acho graça", diz.

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