São Paulo, domingo, 24 de dezembro de 1995
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Reforma agrária; Futuro incerto; Plágio bem-vindo; Esclarecimentos; Destaque; Reforma tributária já; Difícil retorno; Descontentamento; Boas festas

Reforma agrária
"A reforma agrária não é e não pode ser um problema unicamente dos sem-terra, mas deve ser de toda a sociedade. Não podemos nos dar ao luxo de querer lavar nossas mãos. Antes de mais nada nós precisamos participar com mais intensidade; não quero dizer que aceitar e participar seja concordar com tudo. Se ouve falar que são todos baderneiros, oportunistas, agitadores. Claro, ninguém nega que existem abusos. Mas não é justo pinçarmos somente isso. Sabendo-se que são seres humanos que amam, choram, erram e se revoltam. Os sem-terra vão em busca de trabalho para produzir alimentos, para assim amenizar a miséria e diminuir a fome. Isso deve servir para refletirmos sobre a nossa responsabilidade. A saída não está em medidas extremas, mas em arregaçarmos as mangas e partirmos para uma revolução não-armada. O mais grave, porém, é quando a incompreensão de algumas partes gera o conflito e aflições desnecessárias, gerando mais violência no campo."
Gerson dos Santos (Joinville, SC)

Futuro incerto
"Termina o ano de 1995, e qual será o futuro para mais de 200 alunos que acabaram de concluir o curso de magistério em uma escola da rede estadual, como por exemplo a escola Otoniel Mota? Temos certeza de que não há meios que facilitem, isso devido às demais reformas já ocorridas no sistema de ensino e às situações atuais de declínio e desinteresse encontradas na educação. Tal indiferença vem não somente do poder político e sim de todos nós, que formamos uma sociedade apática e passiva. Se começássemos tais mudanças por nós mesmos, saberíamos que existe algo a que nos agarrar: a esperança!"
Cristiane Aparecida Rosseto, seguem-se mais sete assinaturas (Ribeirão Preto, SP)

Plágio bem-vindo
"Plagiando a Igreja Católica Romana: precisamos para o Brasil um governo que tenha opção preferencial pelos pobres. Somente assim poderemos começar a eliminar esse problema social crônico do país."
José Maria Giannasi (Osasco, SP)

Esclarecimentos
"Gostaria de esclarecer algumas afirmações na reportagem 'Keys conta histórias de um Stone marginal' (12/12). O que a senhora quer dizer com um 'Stone marginal'? Por que a senhora afirmou como sendo minha a declaração 'os Stones sempre foram megalomaníacos' se eu nunca disse isso, limitando-me a responder à sua pergunta -até onde vai a megalomania da banda? O que a senhora pretende insinuar quando coloca reticências no final desta resposta: 'Antigamente tomávamos todas. Agora só tomamos algumas...'. Eu lhe disse textualmente que: agora só tomamos algumas cervejas. A senhora omitiu a palavra cervejas, possibilitando uma interpretação ambígua. Jamais afirmei que 'sou um free-lance, e continuará sendo assim'. Tenho uma ligação contratual como músico da banda Rolling Stones há 23 anos, portanto não sou um free-lance."
Robert H. Keys (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Sylvia Colombo - A expressão "Stone marginal" refere-se ao fato de que Keys é um membro da banda de apoio dos Rolling Stones. A pergunta sobre a megalomania da banda foi respondida com uma descrição de como era a pré-produção dos shows: a banda sempre quis tudo grandioso e caro. "Tomar umas", no nosso linguajar coloquial, significa tomar umas cervejas. A palavra free-lance foi uma forma de traduzir a explicação sobre a ligação do músico com a banda. Que ele trabalha com os Stones há 23 anos está publicado no início da reportagem.

Destaque
"Li na coluna do Gilberto Dimenstein que o brasileiro que possui posição mais destacada nas universidades americanas é José Scheinkman. Essa informação é errada. O brasileiro de maior prestígio é o professor Roberto Mangabeira Unger, professor titular da seletíssima Faculdade de Direito de Harvard. Com mais de uma dúzia de livros publicados no exterior, o professor Unger é um dos poucos que é referência obrigatória nos cursos de direito americanos por seus questionamentos embasados sobre a filosofia do direito e das instituições que regem a vida social. José Scheinkman possui posição de destaque na Universidade de Chicago, mas nem de longe já tem seu nome inscrito junto àqueles que continuarão sendo referência de pesquisas e debates."
Álvaro Antônio Zini Jr., professor titular da FEA-USP (São Paulo, SP)

Reforma tributária já
"Senhores congressistas: não podemos adiar mais nossa reforma tributária e fiscal. Nossas empresas não aguentam mais essa parafernália de impostos que são pagos até mesmo antes de recebermos de nossos clientes. Vamos reduzir esses mais de 50 impostos a únicos três tributos: 1º) imposto sobre transações financeiras equivalente a 1%. É o mais justo dos impostos pelo seu grande alcance e pelo fato de ser o único que taxa nossa enorme economia informal; 2º) imposto de consumo, cobrado adicionalmente no ato da compra, com percentuais que variem de 5% a 10% de acordo com o bem adquirido. Esse imposto substituiria os atuais ICM, IPI e outros, incidindo sobre bens em geral, inclusive veículos, energia e telecomunicações; 3º) imposto de renda para pessoa física e jurídica com percentuais menores, girando em torno de 10%, 15% e 20%. Por favor, não adiem mais nossa reforma fiscal e tributária; o Brasil agradece."
Francisco de Assis Faria (Belo Horizonte, MG)

Difícil retorno
"No caso do compulsório sobre os combustíveis, caso o usuário tenha ou possuía carro no período para receber, tem de recorrer a um advogado. Mas não são todos que têm condições de fazê-lo. Por que o governo não determina um órgão ou banco onde se exija comprovante das delegacias e paga a todos indistintamente? Para que tanta burocracia? Quando eles no Congresso determinam por lei, nós somos obrigados a cumprir, e na hora de pagar somos obrigados a deixar nas mãos de advogados muitas vezes quase o total do que vai ser recebido. É justo?"
Ana Maria Paro (Colina, SP)

Descontentamento
"O presidente Fernando Henrique Cardoso foi sufragado no primeiro turno na última eleição. A consagração deveu-se ao povão. Esse mesmo povão solicita que o presidente se digne a promover plebiscito ou realizar pesquisa de opinião pública sobre a volta do então CPMF, cujo desconto de 0,25% na emissão dos cheques está sendo motivo de descontentamento para todos os setores."
Orlando Pozzolini (Campinas, SP)

Boas festas
A Folha retribui as mensagens de boas festas que recebeu de: Miguel Jorge, vice-presidente de Recursos Humanos e Assuntos Corporativos da Volkswagen (São Paulo, SP); Paulo Pereira da Silva, presidente da Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (São Paulo, SP); Lauro Campos, senador pelo PT-DF (Brasília, DF); Carlos Vogt, ex-reitor da Unicamp (Campinas, SP); Bolivar Lamounier, cientista político (São Paulo, SP); Grupo Pão de Açúcar (São Paulo, SP); Marcel Herrmann Telles, da Brahma (São Paulo, SP); Marco Antônio Antunes Pereira, da Companhia Brasileira de Projetos e Obras -CBPO; Petr Sinkula, cônsul geral da República Tcheca (São Paulo, SP); Consulado Geral do Chile (São Paulo, SP); Bóris Casoy e Dacio Nitrini, do SBT (São Paulo, SP); Erli R. Rodrigues, diretor regional para América Latina, Dílson Verçosa Jr., diretor de vendas para Brasil e Paraguai, José Roberto M. Trinca, gerente de vendas para São Paulo e Sul do Brasil e Maria Luisa Rodenbeck, gerente de vendas para Rio de Janeiro e Norte do Brasil da American Airlines (São Paulo, SP).

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