São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 1995
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Comércio vende 10% menos que em 94

FÁTIMA FERNANDES; MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

O comércio faturou neste Natal 10% menos do que em igual período do ano passado, segundo levantamento feito ontem pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FCESP) junto a lojistas da capital e do interior do Estado.
Pesquisas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo confirmam esse percentual de queda.
"Não daria para esperar um Natal melhor do que o de 94. Isso porque aumentou a inadimplência, os pedidos de concordata, de falência e a emissão de cheques sem fundos", diz Elvio Aliprandi, presidente da ACSP.
Para Abram Szajman, presidente da FCESP, é natural que o comércio tenha faturado menos. "O consumidor comprou só o que podia e com cheque pré-datado."
Apesar da queda no faturamento, o número de consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e ao Telecheque cresceu 6,99% e 49,6%, respectivamente, do dia 1º a 24 deste mês sobre igual período do ano passado, informa a ACSP.
Aliprandi diz que as consultas aos dois serviços aumentaram porque o lojista está mais cauteloso. "Não significa que ele está faturando mais."
Dados da ACSP do último final de semana mostram que o número de consultas ao SPC foi 7,12% menor em relação a igual período do ano passado. Já o número de consultas ao Telecheque cresceu 35,75% no período.
Apesar de ter entrado menos dinheiro no caixa das lojas, pesquisa da FCESP mostra que o volume de vendas físicas cresceu 5% neste Natal em relação ao de 94. Isso porque as mercadorias baratas foram as mais vendidas.
Ruy Nazarian, presidente do Sindicato dos Lojistas, diz que os produtos de R$ 20 a R$ 30 foram os de maior sucesso neste Natal. No ano passado, lembra, o valor do presente era maior -chegava entre R$ 40 e R$ 50. "O melhor Natal até agora foi o de 94."
Na sua análise, há falsa impressão de que as vendas estão estourando quando se vê um shopping lotado. "Isso só significa que o pessoal saiu de casa e não que está gastando mais."

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