São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 1995
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Redes ameaçam líderes do setor de PCs

KEVIN MANEY
DO "USA TODAY"

A informática está entrando em nova fase. A era dos PCs isolados está dando lugar à computação em redes interligadas. A Internet ou outro sistema semelhante de comunicações vai se tornar o foco da tecnologia da informação.
O presidente da Microsoft, Bill Gates, vem falando sobre essa mudança, dizendo que sua poderosa empresa terá de fazer um esforço enorme para conseguir sair por cima nos mercados futuros.
O destino de centenas de empresas pode estar em jogo. George Gilder, autor de livros sobre tecnologia, chama esse processo de "ruptura fundamental na história da tecnologia".
Em cada ruptura anterior, as empresas líderes de uma era tropeçaram, dando lugar a um novo grupo de líderes.
As líderes da era dos computadores de grande porte dos anos 60 e 70 -a IBM e as empresas conhecidas como Bunch, ou grupo, devido a suas iniciais: Burroughs, Univac, NCR, Control Data e Honeywell- perderam espaço para as fabricantes de minicomputadores, como a Digital.
Nos anos 80, a ascensão dos computadores pessoais fez a Digital perder espaço para empresas como Microsoft, Intel e Compaq.
Assim, a história nos leva a crer que as empresas líderes no ramo dos PCs não têm chances de manter sua liderança com essa nova mudança de rumo, iniciada por volta de maio deste ano.
Segundo essa teoria, as líderes dos PCs darão lugar a empresas que operam com redes computadorizadas -talvez a Netscape, a Sun Microsystems ou outra que ainda não apontou no horizonte.
Mas algumas pessoas, que trabalham na indústria de microcomputadores ou em torno dela, acreditam que os PCs têm um futuro brilhante pela frente.
Não há dúvida de que, pelo menos por enquanto, a Internet está sendo boa para a indústria dos computadores pessoais.
Qualquer pessoa interessada em entrar na rede computadorizada global de 30 milhões de usuários precisa de um computador. E as previsões são de que a Internet continue crescendo.
Isso pode significar um aumento de demanda por PCs e por software. Mas também há ameaças para as empresas tradicionais do setor, como Microsoft, Intel, Compaq e Packard Bell.

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