São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 1995
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Micreiro rejeita fama de nerd

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Aquele garoto introspectivo e bitolado, que ficava horas atrás do monitor do micro e arriscava acessos clandestinos aos computadores do governo, não existe mais.
Pelo menos é o que dizem os usuários do BBS Mandic. Duas vezes por mês, eles se reúnem em um bar de São Paulo para conversar sobre todos os assuntos -exceção feita ao tema 'computador', que é expressamente proibido.
"As pessoas que não têm micro ou que não são sócias de BBS acham que somos nerds", afirma o estudante Marcio Borges, 17.
Ele se refere aos personagens da comédia "Os Nerds", universitários que só sabem estudar e são completamente idiotas.
"Há alguns anos, a informática era muito complicada. Todo equipamento tinha de ser configurado manualmente", explica Marcus Abrantes, 24.
Segundo ele, com o avanço da tecnologia, atualmente qualquer pessoa pode acionar um BBS e entrar no ciberespaço.
"O bate-papo virtual diário nos convenceu de que seria necessário reunir, fisicamente, os usuários em algum lugar", explica o cibermaníaco Elton Piscitelli, 21.
O clima de festa é regado a cerveja e muito bom humor. Há paquera, dança, karaokê e, o que é mais importante, muito papo.
"O micro é um canal perfeito para se fazer amigos", diz Fernando Ladeira, 25, noivo de Fabiana Zanelati, 24, desde o último dia 6.
O primeiro encontro aconteceu por e-mail (correio eletrônico) do Mandic, há quatro meses, e o casal resolveu juntar os modem.

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