São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 1995
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Ilegalidade lucrativa; Guerra de dicionários; Invasão de lares; Revolta; Na torcida; Escândalos?; Nova moeda; Casa própria; Boas festas

Ilegalidade lucrativa
"A despeito desse deputadozinho, cujo nome faço questão de ignorar, que deseja obrigar a mulher a morrer e/ou a ter filhos fecundados por criminosos covardes, as mulheres, senhores do Congresso, vão continuar a abortar clandestinamente, vão morrer por falta de recursos para pagar uma boa clínica. As que têm maior poder aquisitivo vão fazer abortos com maior segurança, como sempre. E certos setores da polícia farão fortunas com a fé estúpida dos autoritários. E certos deputados continuarão a ser eleitos por suas comunidades obscurantistas. E todas as mulheres, sem exceção, inclusive católicas que, conforme as estatísticas, são as que mais praticam abortos, continuarão a viver em um mundo de ilegalidades produzido por aqueles que com ele lucram."
Irede Cardoso (São Paulo, SP)

Guerra de dicionários
"Ao contrário do que afirma o leitor Elisabeto Ribeiro Gonçalves, em carta no 'Painel do Leitor', o termo 'massivo', usado pelo jornalista Emanuel Neri, existe sim. Está registrado no 'Dicionário Ortográfico da Língua Portuguesa', editado pela Academia Brasileira de Letras, edição Bloch Editores S/A, 1ª edição, 1ª impressão, de 1981."
Sidney Schiavon (Araraquara, SP)

Invasão de lares
"Protesto contra a Rede Globo, gerando a degradação moral pelos seus filmes e novelas sujas e imorais com cenas de sexo maldosas e propagandas condenáveis. A família brasileira sente-se agredida pela falta de respeito dessa emissora, invadindo nossos lares, ninhos de formação e educação dos nossos filhos, e destruindo e prostituindo nossa juventude."
Júlio da Luz Dias (Penápolis, SP)

Revolta
"Sou vestibulando e estudo num dos melhores cursinhos de São Paulo. Preparei-me durante o ano inteiro para os vestibulares das melhores faculdades do país. Já prestei dois deles, Fuvest e Unicamp. Qual foi o resultado? Revolta! Sinto decepção. Parece que os responsáveis pelos vestibulares não sabem o que é se preparar durante anos. Os anos passam e os erros se repetem. A Fuvest pede desculpas aos alunos pelo tempo que não foi disponível para resolver as 80 questões. Se estão brincando, eu não estou. O que me revolta não é estar eliminado do vestibular, mas não ter tido a chance de mostrar o meu conhecimento. Passada a semana tempestuosa pós-Fuvest, fui animado e esperançoso para a prova da Unicamp: o resto todos já sabem. Um vestibular impecável que, no entanto, se revelou fraudulento. Mesmo tentando corrigir o erro com outra prova, a Unicamp prolongará o calendário para janeiro e fevereiro, cansando ainda mais os vestibulandos. Num país onde estudar ainda é um luxo, sinto total decepção e uma infinita impotência."
Mauricio Luiz Gullo (São Paulo, SP)

Na torcida
"Com as notícias que circularam recentemente sobre medidas em estudo na área de previdência social, destinadas a amparar os brasileiros que residem no exterior, gostaríamos de corroborar com o seguinte: 1º) que, obviamente os custeios desses benefícios serão pagos por esses brasileiros; 2º) existe um grande número de brasileiros no exterior que estão em atraso com a Previdência e gostariam de ter a oportunidade de regularizar essa situação; 3º) que essas medidas vêm recompensar esses brasileiros, os quais enviam periodicamente de todas as partes do mundo consideráveis recursos para o Brasil. Vamos aguardar com expectativa a vigência dessas medidas, as quais representarão grande alívio para a nossa comunidade que vive as dificuldades do exterior, tão conhecidas do nosso presidente da República."
Daniel Milano (Kearny, EUA)

Escândalos?
"A imprensa toda, quer induzida pelo Palácio do Planalto, quer por seus próprios interesses, tem focalizado com desmedida e absurda ênfase o 'grampo' e seus pretensos, prováveis ou responsabilizados autores, como se essa fosse a coisa mais importante para a população brasileira. Enquanto isso, na penumbra das notícias transitam assuntos da maior relevância, como o escândalo da 'doação' de R$ 2 bilhões dos cofres públicos para os donos do Banco Nacional e a 'queima' de US$ 1,4 bi, ou muito mais que isso, num projeto desnecessário e inócuo. Não tenho visto, também, qualquer comentário sobre o fantástico aumento das tarifas telefônicas para ligações comuns em contraposição aos reduzidos acréscimos para ligações interurbanas. As razões devem estar no fato de que a população comum faz muitas ligações interurbanas dos postos telefônicos das periferias das cidades e por isso essa política tem profundo sentido social...! "
Luiz Carlos Correa Soares (Curitiba, PR)

Nova moeda
"Não resistindo ao impulso cívico de prestar minha contribuição a esse rico momento da vida pública nacional, venho sugerir a adoção de uma nova unidade de moeda, sob medida para a expressão de escândalos, rombos bancários, concorrências públicas fraudulentas (ou a ausência delas), doações ilegais a campanhas de políticos e outras maracutaias: Sivam. A nova unidade seria especialmente conveniente à imprensa na divulgação dessas estrepolias e permitiria, por parte dos leitores, uma rápida avaliação que a atual e desgastada expressão monetária já não comporta. Assim, segundo os procuradores que estão processando a União, 2,3 sivans (escreve-se $$ 2,30) foi o socorro do Banco Central ao Econômico. O rombo do Nacional, negociado com títulos podres, foi maior: cerca de 3 sivans. O valor de 5,50 sivans é quanto o governo vai emprestar ao Estado de São Paulo para cobrir o rombo do Banespa. E por aí vai. Os exemplos foram retirados de uma única edição da Folha, o que demonstra a utilidade e a pertinência da nova moeda."
Tarcisio H. C. Pequeno (Fortaleza, CE)

Casa própria
"A política habitacional implantada pelo governo Fernando Henrique Cardoso atuará como instrumento recessivo porque apenas após um período mínimo de três anos de captação de poupança é que começarão a ser concedidos os financiamentos. Uma política setorial adequada tem de ser feita rapidamente, para solucionar o déficit habitacional e cobrir o rombo financeiro do SFH. Essa nova política deve ser feita lastreada por recursos provenientes da arrecadação de impostos gerados pela indústria da construção civil. Considerando que aproximadamente 35% do valor de um imóvel construído é representado por impostos, caberá ao governo apenas alocar, ao segmento da construção civil, parte dos valores arrecadados pelos cofres da União e Estados, sob a forma de mais financiamentos. O novo SFH seria gerador de parte de seus próprios insumos de capital. Como o custo financeiro dos recursos será barato (apenas o custo operacional), os juros devem variar de 0% a 0,5% ao mês, dependendo da faixa de renda do mutuário e do valor do financiamento. O valor da prestação do financiamento será composto pela soma de 1% do capital financiado, juros de 0% a 0,5% ao mês e 0,12% do capital financiado referente a seguros. Para criar o equilíbrio entre o crescimento da dívida contratada e a capacidade de pagamento do mutuário, a correção do saldo devedor, bem como o valor da prestação do financiamento, devem ter como indexador a variação do salário mínimo. O único agente financeiro será a CEF, exercendo a função social do governo na área habitacional, centralizando todo o sistema operacional."
Heraldo Reuter Ruas (Viçosa, MG)

Boas festas
A Folha retribui as mensagens de boas festas que recebeu de: Drake Beam Morin (São Paulo, SP); Financial Executive Search Associates (São Paulo, SP); Boucinhas & Campos Auditores Independentes (São Paulo, SP); IOB - Informações Objetivas (São Paulo, SP); Associação dos Joalheiros do Estado de São Paulo (São Paulo, SP); Intermeio (São Paulo, SP).

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