São Paulo, quinta-feira, 28 de dezembro de 1995
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Presidente descarta reforma ministerial

CLÓVIS ROSSI
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Fernando Henrique Cardoso afastou, ante os governadores, a hipótese de reforma ministerial. "Não penso nisso tão cedo", disse o presidente.
O "tão cedo" pode se estender por todo o ano próximo, a julgar pelo teorema esboçado pelos governadores e pelo presidente:
1 - A reforma ministerial prejudica a reforma constitucional, prioridade um do governo.
2 - Após as reformas constitucionais, que os comensais do Alvorada imaginam estarem terminadas até março ou abril, começa a campanha eleitoral. E não seria lógico mexer no ministério antes de se saber a nova composição de forças resultante do pleito municipal.
O fato de o presidente ter afastado uma troca ampla de ministros não significa satisfação com o desempenho da equipe.
Ao contrário. As críticas foram prato forte do cardápio, embora não individualizadas, pelo menos até onde a Folha pôde apurar.
Houve queixas de que há ministros que se intrometem onde não devem e outros que não se intrometem onde devem.
A consequência é a excessiva exposição do presidente à crises.
Nem por isso se avançou na tese de o governo passar a ter um articulador político. "Ninguém tem sugestão pronta para isso", diz Tasso.
Por sugestão pronta, entenda-se um nome forte o suficiente para se impor dentro do governo e também fora dele.
Eduardo Azeredo, com apoio de Covas, defendeu o nome de Pimenta da Veiga, o ex-presidente nacional do PSDB, mas ele próprio admite: "Qualquer nome é uma dificuldade, porque daria muito ciúme de um lado e de outro".
A proposta passou, por isso, a ser de tentar um coordenador político que não tenha esse cargo especificamente, embora desempenhe a função, qualquer que seja a posição a ocupar.

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