São Paulo, quinta-feira, 28 de dezembro de 1995 |
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Supostos funcionários da Globo em frente a templo Universal acusa Rede Globo de manipular fitas CLÁUDIA TREVISAN
Técnicos da Record trabalharam todo o dia de ontem na produção de vídeos que serviriam para mostrar como é possível a montagem de sons e imagens na televisão. Em um dos vídeos apresentados, o bispo Edir Macedo "renunciou" a seu cargo na Universal. A "renúncia" foi conseguida graças à montagem de uma declaração de Macedo, na qual ele afirmou que tomaria essa atitude caso Deus não respondesse a seus chamados -o que, obviamente, ainda não teria acontecido. O objetivo era acusar a Globo de manipular as fitas de vídeo em que Macedo ensina seus seguidores a arrecadar dinheiro. O bispo Carlos Rodrigues, de Minas Gerais, tinha outra arma contra a Globo: uma fita de vídeo que mostrava uma suposta tentativa de funcionários da emissora de denegrir a imagem da Universal. O plano teria sido denunciado há 15 dias a Rodrigues por um funcionário da Globo. Segundo o bispo, o plano previa a simulação de um testemunho em culto da igreja em Minas Gerais. Testemunho é o relato de graças recebidas. A trama que Rodrigues acredita ter sido armada contra a igreja previa a interrupção do testemunho e a entrega, ao pastor, de um grande volume de dinheiro. Toda a cena seria filmada por uma câmara indiscreta. No momento da entrega do dinheiro, o falso fiel afirmaria que estava cansado de mentir e que não havia recebido nenhuma graça. A trama teria sido comprovada no domingo retrasado. Rodrigues diz que, nesse dia, uma câmara da TV Record gravou um suposto funcionário da Globo entregando dinheiro a outro homem que, em seguida, entrou na igreja. Esse mesmo homem, de acordo com Rodrigues, tentou dar um testemunho e foi filmado dentro da igreja participando do culto. Logo depois, apareceu novamente em um carro da Globo. Além de Rodrigues, participaram do programa os bispos Honorilton Gonçalves e o pastor Ronaldo Didini. O tema era "Tudo sobre o vídeo da Universal". O programa também mostrou o deputado federal Laprovita Vieira (PPB-RJ), que aparece em um dos vídeos da Universal divulgados pelo dissidente Carlos Magno. Na fita, Honorilton Gonçalves pergunta a Vieira se ele comprou uma fábrica no Rio com dinheiro do caixa um do caixa dois. No programa de ontem, Vieira diz que a fábrica foi comprada em 1968, dez anos antes da Universal ser fundada. Segundo o deputado Gonçalves fez uma brincadeira. A Folha tentou ouvir a Globo ontem. O diretor da Central Globo de Jornalismo, Evandro Carlos de Andrade, e o diretor editorial, Luís Erlanger, estavam de folga. Na casa de Roberto Irineu Marinho, vice-presidente executivo, o telefone foi atendido por uma secretária eletrônica. Na casa do presidente da empresa, Roberto Marinho, ninguém atendeu. Colaborou a Sucursal do Rio Texto Anterior: Mulher de pastor denuncia roubo de fitas Próximo Texto: Pastor foi condenado no Ceará Índice |
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