São Paulo, quinta-feira, 28 de dezembro de 1995
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Prefeitura transfere médico que não aceita aderir ao PAS

LUIS HENRIQUE AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo começou a transferir os médicos que se recusam a participar do PAS (Plano de Atendimento à Saúde).
Ontem, o "Diário Oficial" publicou um lista de 14 médicos que trabalhavam na região de Saúde de Pirituba-Perus (zona norte) e foram transferidos para outras regiões da cidade.
Eles formavam a equipe de plantão do hospital Pirituba que trabalhava entre 19h dos domingos e 19h das segundas-feiras.
O hospital fica em Pirituba, na zona norte. Alguns deles foram transferidos para Santo Amaro (zona sul) ou para Guainazes (zona leste), a quase 30 km de distância.
A medida da prefeitura foi interpretada pelo vice-presidente do Conselho Regional de Medicina, Henrique Carlos Gonçalvez, como uma "ameaça" aos outros médicos da região de Saúde de Pirituba-Perus, a primeira da cidade onde deve ser implantado o PAS. A prefeitura nega (leia texto abaixo).
Hoje, cerca de 150 funcionários da região foram convocados a comparecer à sede da Secretaria Municipal de Saúde para dizer se aceitam ou não participar do PAS.
Caso não aceitem, eles terão que escolher outro local de trabalho, a partir de uma lista de postos vagos apresentados pela secretaria.
O CRM e o Sindicato dos Médicos, além de vereadores da oposição, devem ir hoje à secretaria para protestar contra o PAS.
Segundo Gonçalvez, os médicos que aceitarem substituir os que foram transferidos por não concordarem com o PAS poderão sofrer processo por falta de ética no CRM. "O código de ética do conselho determina que um médico não pode aceitar o cargo de um colega que foi injustamente afastado de sua função", disse.
Segundo Gonçalvez, apenas 5% dos médicos da região de Pirituba-Perus aceitaram participar do PAS. "Os que aceitaram, em geral, são aqueles que já estão há muitos anos na prefeitura e perderiam os direitos com a demissão."

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