São Paulo, quinta-feira, 28 de dezembro de 1995
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Vigia diz que 'pressentiu' acidente

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE (MG)

O vigia Geraldo Inácio de Souza Filho, 50, diz não ter conseguido dormir na madrugada de ontem. Atrás de sua casa, em Ribeirão das Neves (região metropolitana de Belo Horizonte), existia um barranco de 6 m de altura, que caiu sobre a casa da filha, que morreu soterrada.

Agência Folha - O senhor pressentiu que o barranco poderia desabar?
Geraldo de Souza - Eram 4h e eu gritei para eles que a casa estava caindo, mas eles não conseguiam escutar porque estava chovendo muito. Às 5h, a parede balançou. Às 6h, caiu de uma vez. Eu não consegui chegar a tempo para avisá-los.
Agência Folha - Foi difícil retirá-los dos escombros?
Souza - Caíram uns seis caminhões de terra em cima deles. Levou uns 30 minutos para tirar o marido dela, que estava com a perna prensada. Quando acabamos de tirá-lo, fomos tentar salvar a minha filha. Ela ainda saiu com vida, deu um último suspiro e morreu. Foi o maior desastre da minha vida.

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