São Paulo, quinta-feira, 28 de dezembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ásia e Pacífico são mercados promissores

ERNESTO KLOTZEL
ESPECIAL PARA A FOLHA

Quem, mentalmente, equaciona o número de passageiros nos aeroportos com a proliferação de jatos de médio e grande porte vai se surpreender ao saber que, os vulgarmente chamados Jumbos, não são os favoritos na lista de compras das companhias aéreas, perdendo de longe para os jatos na faixa dos 125 - 210 passageiros que, juntas somarão mais de 3.600 aeronaves até o ano 2011.
A média de assentos a bordo passará de 193 para 223. A faixa dos 125-150 lugares responderá por cerca de 3.600 encomendas e aquela -mais própria das regionais- inferior aos 125 assentos, ainda assim será responsável por 1.300 unidades fabricadas no período.
Jumbos e Super-Jumbos somados não deverão superar as 2.150 unidades, ficando a maior parte (1.665 aeronaves) para a faixa de 351-600 passageiros; o saldo corresponde aos jatos para mais de 600 passageiros.
Para fins práticos, pode-se afirmar que a atual "faixa de corte se encontra nos 400 lugares, proporcionados pelos Boeing-747 e, eventualmente o Boeing-777 na claustrofóbica configuração de uma só classe, conhecida também como sendo de "alta densidade.
Entretanto, aqueles 2.150 Jumbos que deverão entrar no mercado nos próximos 15 anos são ingrediente importante nos planos de muitas companhias da região Ásia-Pacífico e algumas européias.
As primeiras servem um mercado que deverá ter o maior crescimento no tráfego aéreo internacional, doméstico e sub-regional, além de relações crescentes de negócios com o Ocidente.
As companhias aéreas européias, que operam em um mercado desenvolvido de pequena área territorial, bem servido pelo transporte rodo e ferroviário, necessitam da capacidade de transporte a bordo e sobretudo do alcance de seus jatos para voar, sem escalas, entre as principais capitais européias e destinos como Bangkok, Cingapura, Seoul, Tóquio, Sidney, etc.
O mesmo vale para algumas companhias norte-americanas, que já sabem o que pode significar para seus negócios a China, os "tigres asiáticos" já consagrados e os novos "felinos" que surgem na região.
As previsões de crescimento mostram claramente a gradual concentração de passageiros em torno de todas as operações que têm a Ásia-Pacífico como pólo.
Enquanto o tráfego intra Ásia-Pacífico crescerá 7,1% ao ano, as rotas Ásia-Europa, 7,0%, e as transpacíficas, 6,5%, as rotas intra-Europa, Europa-América e do Atlântico Norte, mal passam dos 4%.
Jatos modernos fabricados dos dois lados do Atlântico disputam ferrenhamente a preferência, satisfazendo por enquanto as necessidades do binômio carga útil/alcance.
Para o A330 se estuda uma versão-300, que transportaria até 400 passageiros, também em duas classes.
Enquanto o A340 -na falta de um Super-Jumbo- agrada os asiáticos pelo seu alcance, o modelo A330 é por enquanto adequado para o tráfego intra-asiático e mesmo doméstico.
A Boeing responde com seu conhecido 747 série 400 para cerca de 380 passageiros em três classes e o novo Boeing-777 -o maior bijato do mundo- que, em sua versão A transporta 375 passageiros em duas classes, a uma distância de 7.300 km.
A versão B, para 305 passageiros, em três classes tem um alcance de 11.000 km.

Texto Anterior: Tráfego de passageiros deve dobrar em dez anos
Próximo Texto: Estudos prevêem Jumbo com até 800 lugares
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.