São Paulo, sexta-feira, 29 de dezembro de 1995
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Malan prevê melhora e diz que 1996 vai ser o 'ano da verdade'

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse ontem em Washington que em 1996 o "grande desafio para a economia brasileira continuará sendo o equilíbrio das contas públicas".
Malan manteve contatos com dirigentes do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial nos últimos dois dias para reuniões que ele classificou como "de rotina", com o fim de manter seus interlocutores atualizados.
Em encontro com jornalistas brasileiros na Embaixada do Brasil em Washington, na manhã de ontem, o ministro da Fazenda fez, a pedido da Folha, uma avaliação das perspectivas para as finanças públicas em 1996.
"Vão ficar melhor do que estiveram em 1995", disse Malan. Dos quatro componentes principais das contas públicas, de acordo com o ministro, o que aparenta maiores problemas são os Estados e municípios.
Mas, embora "o quadro visível não seja bom" nessa área, Malan acha que ele não é pior do que era antes porque em 1995, pela primeira vez desde 1957, o país conviveu com taxas de inflação "civilizadas".
"Agora, não é mais possível empurrar problemas com a barriga ou jogá-los para debaixo do tapete, como se fazia antes graças à inflação", disse Malan, para quem "1996 vai ser o ano da verdade".
O ministro afirmou que os cortes de despesas nas empresas estatais vão bem, que a privatização vai ser acelerada em 1996, que o problema da Previdência depende do Congresso e que o governo federal vai continuar trabalhando contra a cultura nacional de que tudo no país depende dele.
PIB
Malan previu crescimento do Produto Interno Bruto em 1996 similar ao verificado em 1995 -em torno de 4,4%. Para o ministro, "três anos seguidos de crescimentos desse porte não significam recessão nem no Brasil nem em nenhum país".
Os resultados da sindicância instaurada por Malan para apurar se houve vazamento no Banco Central sobre o caso da pasta rosa vão ser comunicados ao ministro hoje, simultaneamente à sua divulgação em Brasília.
O ministro da Fazenda está de folga a partir de hoje e até o dia 2, quando tem previsto seu retorno a Brasília.

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