São Paulo, sexta-feira, 29 de dezembro de 1995
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Deportação bate recorde nos EUA

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

Pelo menos 51.600 imigrantes ilegais foram deportados pelos EUA em 1995. Esse número é recorde e representa um aumento de 15% em relação ao ano passado.
Se comparado a 1990, houve um aumento de 75% no número de deportados. A maioria vinha de países da América Central e Ásia.
Segundo o INS (Imigration and Naturalization Service, órgão federal responsável pelo controle de imigração), 62% dos deportados em 1995 são imigrantes ilegais que estavam presos e haviam acabado de cumprir suas penas.
Em 1991, os ex-condenados representavam 52,6% do total de deportados. Em 86, eles somavam apenas 4% dos imigrantes ilegais que deixaram os EUA à força.
Também houve aumento no número de imigrantes presos pelo INS enquanto tentavam entrar no país. Foram feitas 9.400 prisões nas fronteiras em 1995 contra 5.669 no ano passado.
Apesar do aumento no número de deportados, a chance de um imigrante ilegal ser capturado nos Estados Unidos é mínima.
Segundo cálculos da Fair (Federation of American Immigration Reform) -grupo antiimigração, cerca de 4 milhões de pessoas vivem ilegalmente nos EUA hoje.
O número de imigrantes ilegais que entram anualmente no país chega a 200 mil.
"O aumento no número de deportados é uma vitória simbólica. Porque não adianta nada mandar 56 mil pessoas de volta se a cada ano entram outras 200 mil", afirma Dan Stein, presidente da Fair.
Segundo Stein, a chance de um imigrante ilegal ser preso pelo INS depois de já ter conseguido cruzar a fronteira é de 1%.
"Se ele não cometer nenhum crime, poderá ficar aqui para o resto da vida", afirma.
O anúncio no número de deportados é uma arma utilizada pelo presidente Bill Clinton para se defender das críticas de que ignora o problema da imigração.
A necessidade de restringir o número de imigrantes legais e de adotar medidas mais severas contra os ilegais deverá ser uma das principais polêmicas das eleições presidenciais, marcadas para novembro de 1996.
O INS foi um dos poucos órgãos federais que não deverá sofrer corte no Orçamento para 96. Cerca de 1.400 funcionários serão contratados nos próximos meses.

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