São Paulo, sábado, 30 de dezembro de 1995
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Supermercados recorrem ao atacado

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

Várias redes de supermercados fizeram uma corrida ao atacado nesta semana para repor estoques. Quem não acreditou no aquecimento das vendas no Natal ficou com as prateleiras vazias.
"Tivemos uma surpresa agradável", diz Firmino Rodrigues Alves, presidente da Associação Paulista de Supermercados.
A primeira quinzena do mês tinha sido decepcionante para o setor. Este era o clima reinante também no início da segunda. A partir do dia 21, no entanto, as vendas explodiram em São Paulo.
Rodrigues Alves diz que nunca viu tanta concentração de compra como ocorreu nos dias que antecederam o Natal. Algumas redes só conseguiam fechar suas portas às 23h -e com clientes dentro.
As vendas de Natal foram acima da expectativa também em Minas Gerais, segundo o gerente da divisão varejo da Luiz Tonin Cia. Ltda., que atua no varejo e atacado no sul e sudeste do Estado.
O interior de São Paulo também teve aumento de vendas. José Stecca, da Coopercitrus, rede do noroeste do Estado, diz que as vendas não foram eufóricas, mas acima do previsto.
"Muitos de nossos concorrentes que não acreditaram no crescimento ficaram sem mercadorias." Não foi o seu caso. "Acreditei e me preparei", afirmou.
Como Stecca, outras empresas acreditaram no desempenho das vendas neste final de ano. Luciano Araújo, gerente de vendas do setor atacadista da Luiz Tonin, diz que na semana que antecedeu o Natal houve crescimento de 18% nas vendas no atacado.
Arroz e bebidas de algumas marcas tradicionais foram os produtos que mais escassearam.
O presidente da Apas diz que até no setor de higiene e de limpeza as vendas estiveram acima do normal.
Rodrigues atribui a corrida dos consumidores aos supermercados a partir do dia 21 a uma associação das compras do mês com as específicas de fim de ano. Os consumidores esperaram a segunda parte do 13º salário, afirmou.
O presidente da Apas diz que, mesmo assim, as vendas devem crescer apenas 2% sobre as de dezembro de 94.
Se o faturamento cresce pouco, não é o que está ocorrendo com o volume de vendas, que deve superar em 10% o do mesmo período de 94. O aumento se deve à queda de preços de muitos itens.

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