São Paulo, sábado, 30 de dezembro de 1995
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Brasil vive "boom" cinematográfico

JOSÉ GERALDO COUTO; MARCELO DE SOUZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Erramos: 07/01/96
Diferentemente do que informou quadro publicado à pág. 5-1 ( Ilustrada) de 30/12, o filme "A Grande Noitada", de Denoy de Oliveira, não está em pré-produção, mas sim em fase de finalização.
Se é verdade que da quantidade nasce a qualidade, o cinema brasileiro está no caminho certo. No ano que vem devem chegar às telas do país quase meia centena de produções nacionais.
A Folha listou 47 novos longas-metragens (leia quadro) em diversos estágios de realização: seis prontos, 19 em finalização (montagem, sonorização), cinco em filmagem e 17 em pré-produção (contratação de equipe e elenco, escolha de locações etc.).
São filmes de todos os gêneros, temas, tamanhos e formatos.
Os orçamentos variam de inacreditáveis R$ 10 mil -valor que o estreante Mauro Lima afirma ter gasto para fazer "Loura Incendiária"- aos R$ 9 milhões consumidos por Murilo Salles e grande equipe para fazer "Todos os Corações do Mundo", o filme oficial da Copa de 94.
Os temas são igualmente numerosos: cangaço ("Baile Perfumado", "O Cangaceiro", "Corisco e Dadá"), violência urbana ("Um Céu de Estrelas", "O Caso Morel", "Quem Matou Pixote?", "Rota 66"), história política ("Olga", "O Que É Isso, Companheiro?", "Canudos"), futebol ("Boleiros", "Todos os Corações")...
Os cenários não poderiam ser mais diversos: do esturricado sertão nordestino (em meia dúzia de filmes) a uma ilha fora do tempo ("A Ostra e o Vento"), de uma base militar americana ("For All") à corte portuguesa do século 18 ("O Judeu"), da fronteira Brasil-Paraguai ("Os Matadores") ao bairro paulistano de Pinheiros ("Olhos de Vampa").
Por trás dos novos filmes estão diretores com 40 anos de serviços prestados, como Walter Hugo Khouri, e estreantes como Mara Mourão, Monique Gardenberg e José Araújo.
Resta saber se vai ter tela para tanto filme. Há dois anos a resposta seria não. Hoje, depois do sucesso de alguns títulos brasileiros -"Carlota Joaquina", "O Quatrilho", "O Menino Maluquinho"- e do encarecimento das fitas estrangeiras, abriu-se uma brecha no mercado e tudo é possível.
Afinal, como se diz na gíria pecuária e futebolística, onde passa um boi passa uma boiada.

LEIA MAIS
sobre novos filmes brasileiros à pág. 5-10

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