São Paulo, sábado, 30 de dezembro de 1995
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Israel e Síria prolongam negociações

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Em vez de retornarem a seus países como previsto, as delegações de Israel e Síria na conferência de paz em Queenstown resolveram aceitar sugestão dos EUA e manter contatos informais durante o fim-de-semana.
A decisão está sendo interpretada como mais um sinal de que as negociações entre sírios e israelenses estão progredindo, embora os diplomatas nelas envolvidos continuem se negando a falar com jornalistas.
Uma das poucas informações divulgadas ontem foi a de que Israel apresentou à Síria um projeto de desenvolvimento econômico para as colinas do Golã, a ser implementado depois de a região voltar ao controle sírio.
Os delegados da Síria ouviram a exposição sem fazer comentários, para não aparentar que estavam antecipando o fechamento do acordo de paz.
No entanto, o simples fato de representantes oficiais dos dois países considerarem planos de esforço conjunto na área econômica já é tido como indício de que as perspectivas para a paz em curto prazo são boas.
Desde 1967, quando Israel conquistou as Colinas do Golã, cerca de 14,5 mil colonos israelenses desenvolveram no seu território indústrias de vinho consideradas de boa qualidade.
A apresentação sobre o projeto para o futuro do Golã foi feita por um consultor do governo de Israel que estava em Washington por outros motivos e foi convidado a falar para a delegação síria.
Também se soube ontem que o representante dos EUA na conferência de Queenstown (80 km a leste de Washington) está exigindo da Síria atos concretos de renúncia ao terrorismo como parte do acordo de paz.
Os EUA querem que a Síria feche os escritórios de grupos terroristas em Damasco e que use sua influência para acabar com a ação de guerrilheiros no sul do Líbano.
A Síria é um dos sete países do mundo que os EUA consideram patrocinadores do terrorismo internacional. Se sair da lista, a Síria se qualificará para receber diversos tipos de ajuda dos EUA, agora proibidos.
O governo dos EUA tem de enviar ao Congresso até o final de janeiro a lista dos países que patrocinam o terrorismo.
O emissário norte-americano está usando esse prazo como argumento para apressar as medidas sírias contra o terror.
A reabertura formal da conferência de Queenstown está marcada para a próxima terça-feira.

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