São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 1995
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Executivo do século 21 será agente de mudanças

CARLA ARANHA SCHTRUK
DA REPORTAGEM LOCAL

Para garantir a sua permanência no emprego, o executivo de RH (recursos humanos) do século 21 precisará ser um agente de mudanças. Deverá estar preparado para transferências a outros países e, por isso, terá de saber se adaptar rapidamente a várias realidades.
A opinião é de John Johnson, presidente da Lamalie Amrop International, uma das maiores consultorias de RH do mundo, especializada na recolocação de executivos. A seguir, trechos da entrevista concedida à Folha.
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Folha - Quais são as características ideais do executivo de recursos humanos do século 21?
John Johnson - Ele terá de ser ao mesmo tempo um agente de mudanças e alguém que esteja muito próximo do presidente. Deve ter uma visão global da empresa. Precisará interagir -e bem- com todos os departamentos.
Também terá de ser um líder natural. Não é o especialista em recursos humanos que terá um lugar ao sol. É o generalista com experiência prática na função.
Folha - Com a globalização da economia, quais são as principais mudanças que deverão ocorrer nos departamentos de RH das empresas?
Johnson - Fizemos um estudo sobre isso com a Universidade de Harvard (EUA). Descobrimos que à medida que a economia mundial se globaliza, a capacidade de trabalhar fora de seu país de origem se torna muito importante.
As empresas já têm necessidade de investir em pessoas que tenham esse talento internacional -grande capacidade de adaptação e de pensar globalmente. Mas, para isso, é preciso treinamento especial.
Folha - De que forma ele dever ser feito?
Johnson - Em primeiro lugar, é preciso identificar cedo os talentos. Depois, dar oportunidade a essas pessoas de demonstrarem sua capacidade na empresa, e também de assegurá-las de que não perderão o emprego se errarem.
Nos Estados Unidos, as empresas estão inovando ao contratar estudantes diretamente das faculdades de administração. Mesmo os recém-formados de outros países.
Folha - Essa é uma nova realidade, não?
Johnson - Com certeza. Eu me lembro de que nos anos 70 um executivo norte-americano só era transferido para outro país quando ele fracassava nos Estados Unidos.
Folha - O trânsito internacional de executivos tende a criar um padrão internacional de salários?
Johnson - A tendência não é haver padronização de salários, mas de incentivos de longo prazo, como bônus e participação nas ações da empresas.
(CAS)

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